As famílias camponesas da comunidade Faveira, município de alto Alegre do Maranhão vivem dias de tensão e medo. As 65 famílias da comunidade vivem em situação tensa desde a metade de 2009 quando os proprietários começaram ameaçá-las de que seriam expulsas das terras onde moram e trabalham há décadas. No mesmo período as famílias ingressaram com um pedido de desapropriação da área para fins de reforma agrária na Superintendência do INCRA do Maranhão.
Nos últimos meses as famílias souberam que a área teria sido comprada por um homem conhecido apenas com sendo o juiz Dr. Sampaio (será o juiz José Raimundo Sampaio da Silva que está sob investigação do Conselho Nacional de Justiça por desvio de conduta, segundo Relatório da Correição Geral Extraordinária, Portaria 138/2009, da Corregedoria Geral de Justiça do TJ-MA?) que, no último dia 16/02/2011, colocou na área 16 homens para ocuparem uma casa velha onde seria a sede da fazenda. No dia seguinte, moradores da comunidade foram saber quais eram as intenções dos ocupantes e quem os teria levado para lá. Segundo eles, teriam sido contratados pelo Dr. Sampaio para trabalharem na fazenda; diante disso os moradores pediram que eles se retirassem da área, pois a mesma se encontra em processo de desapropriação pelo INCRA para assentar as famílias que moram e trabalham ali. Com a saída dos homens a casa foi derrubada. Mas temendo novas invasões as famílias decidiram ocupar e montar barricadas na estrada que dá acesso ao povoado.
No dia 18/02, ainda pela manhã, as famílias acampadas foram surpreendidas com a chegada de cinco viaturas de Polícia Militar de Bacabal, São Mateus e Alto Alegre, inclusive da Força Tática, formando um comboio, além de um caminhão com um trator em cima, um trator rodando e duas Hillux, uma preta e uma prateada. Desceram todos de armas na mão como se tivessem prontos para guerrear. A moto-serra foi usada para desobstruir a estrada para dar passagem ao comboio. Segundo o comandante, a PM recebera uma denúncia de que trabalhadores da fazenda estavam sendo mantidos reféns pelas famílias e que também havia mortos sob o poder das mesmas. Diante da resistência das mulheres da comunidade a PM resolveu dialogar e formar uma comissão para averiguar as informações que, evidentemente, não foram confirmadas. Encontraram apenas uma comunidade formada por homens e mulheres, crianças, jovens, adultos, idosos que moram e trabalham ali há décadas. Voltaram e orientaram as famílias a procurarem seus direitos. A comissão de moradores que esteve ontem, dia 22/02, na Sede do INCRA, em São Luis, recebeu apenas um Oficio assinado pelo chefe da Divisão de Obtenção de Terras declarando que a área está em processo de desapropriação.
A situação continua tensa porque há informação, ainda não confirmada, da concessão de uma Liminar de Reintegração de Posse contra a comunidade. Ou seja, se confirmada essa informação, mais 65 famílias serão despejadas de suas posses centenárias para dar lugar ao capim, ao boi, cana de açúcar ou sei lá o quê. E todos nós conhecemos como são executados despejos de camponeses pela polícia do governo do Estado.
CPT-Ma
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