quarta-feira, 29 de abril de 2009

as explicações de Paulinha Lobão para desistência em assumir uma secretaria da governadora biônica




sobre o talento de Paulinha:

“As críticas são importantíssimas. Eram e foram precipitadas e preconceituosas porque rotularam minha pessoa. Eu tenho talento. Me criei dentro da redação do Correio Braziliense. Meu pai, Expedito Quintas, foi editorialista do jornal durante 25 anos. Minha mãe, Regina Quintas, cronista. Por ser de uma família de políticos as pessoas me rotulam. Apresento o ‘Algo Mais’ há 9 anos e tenho meu público. Quero dar minha contribuição às mulheres aqui do programa”, desabafou.

é o talento passado de geração em geração; ou, privilégios? ou a mera constatação do caráter personalista e patrimonialista do modo de governar de rosengana?

sábado, 18 de abril de 2009

A resistência deve vir das ruas


A resistência contra o golpe deve vir das ruas

Bruno Rogens*

Quando me entendi por gente, e descobri que existia esse fenômeno que chamamos política, Roseana Sarney pleiteava o posto de Governadora do Estado em 1994. À época seu oponente era Epitácio Cafeteira, hoje fiel aliado de José Sarney. Também à época, quem governava o Estado era Edson Lobão, também fiel aliado da família.
Nas eleições em questão Roseana ganhou por uma diferença apertada numa disputa marcada por boatos e a utilização de defuntos como cabo eleitoral para desmoralizar adversários. Roseana governou por dois mandatos e ‘comandou’ o Maranhão até 2002. Durante seus dois mandatos o Maranhão continuou sua trajetória de flagelo social e humano galgando o título de Estado mais pobre da Federação. Do ponto de vista administrativo seu governo foi marcado por escândalos de corrupção como a construção da estrada fantasma Paulo Ramos-Arame, o escândalo do complexo Salangô, o pólo de confecções de Rosário, o escândalo dos R$ 1.400.000,00 encontrados no cofre da empresa Lunus, que culminou na demissão do homem forte de seu governo, seu marido Jorge Murad.
Mesmo com os escândalos Roseana conseguiu eleger seu sucessor, José Reinaldo Tavares, que, já naquela ocasião foi pego com a boca na botija às vésperas das eleições para primeiro turno com flagrante de compra de votos pela Polícia Federal. O processo no TSE não deu em nada e Reinaldo governou até 2006. No meio dessa trajetória José Reinaldo rompe com o grupo Sarney por motivos puramente pessoais, uma briga de egos entre a primeira dama e a ‘governadora de fato’, Roseana, que obriga o marido José Reinaldo a tomar parte na briga entre as damas o que culmina no rompimento com o grupo Sarney, e a construção da chamada Frente de Libertação do Maranhão.
Lembro o leitor, que já em 1994, os resultados eleitorais mostravam um claro viés anti-sarney, com a candidata do grupo vencendo por pequena margem de vantagem e em meio a um verdadeiro mar de boatarias abastecidos pelo controle da opinião pública exercido pelo jornalismo de sarjeta do sistema mirante de comunicação.
Em 2006 o fator decisivo para o resultado das eleições foi a participação popular e sobretudo da juventude que foi às ruas a três semanas do primeiro turno, quando as pesquisas da mirante alardeavam 77% de preferência por Roseana, dizer NÃO À FAMÍLIA SARNEY, com o lema XÔ ROSENAGANA. A primeira passeata contou com a participação de cerca de 3.000 pessoas. A segunda, a uma semana do primeiro turno levou 10.000 pessoas às ruas do centro de São Luís fazendo o sentimento anti-Sarney ecoar pelos quatro cantos do Estado, levando a eleição para o segundo turno, e elegendo Jackson Lago.
Naquele momento algo de muito importante havia ocorrido na recente história política do Maranhão, pois pela primeira vez havia sido eleito um candidato ao governo estadual com o viés notadamente anti-oligarquia, derrotando eleitoralmente Roseana nas urnas e dando um recado ao velho Sarney de que os ventos políticos no Maranhão haviam mudado de direção. Mas infelizmente os ventos que sopravam no Maranhão, não eram os mesmo que estavam soprando no contexto nacional.
O País, mesmo diante de um fato histórico como eleger um migrante nordestino, líder sindical, fundador de um Partido de Trabalhadores, teve que admitir o controle efetivo que José Sarney detém sobre parte da República. Controle esse que constrange princípios republicanos e democráticos fundamentais como a independência entre os poderes, a alternância de poder, a pluralidade de idéias e o respeito cívico à prerrogativa fundamental de respeito ás idéias e posicionamentos divergentes. Hoje, em 2009 maranhenses que acreditam na democracia, que optamos por um rumo político diferente daquele que é da vontade de José Sarney e seu grupo e que votamos contra Roseana em 2006, temos que nos sujeitar a vontade de um coronel ultrapassado que insiste em utilizar o poder que acumulou para preservar privilégios e perseguir adversários e impor sua vontade à tribunais onde cobra favores políticos prestados.
O mais surreal dentre as várias situações absurdas que temos testemunhado é que José Sarney quer entrar para a história como aquele que permitiu a transição democrática no país. É no mínimo irônico que tal papel tenha sido apropriado por alguém que sempre foi subserviente ao poder, o que é totalmente contrário ao principio democrático fundamental do pluralismo de idéias e posicionamentos políticos. A biografia de Sarney vai à contramão desse principio. Mas esse é um julgamento para a história.
Acredito como militante político e social que os fatos absurdos que estão diante de nós nos dão desalento, mas também oferecem uma oportunidade importante para refletir sobre o futuro de nossa luta contra os verdadeiros abusos de poder político. Temos que entender melhor a natureza do nosso adversário. Não dá para embarcar numa disputa justa, mas puramente romântica e sentimental contra a dominação secular exercida pela família Sarney no Estado. É preciso entender cientificamente do ponto de vista sociológico e da ciência política os mecanismos de exercício do poder da família. Ao mesmo tempo elaborar uma estratégia de poder popular e de desenvolvimento econômico para tirar o Estado da miséria. É preciso aliar essa estratégia à uma agenda nacional de efetiva democratização do estado brasileiro e combate ao abuso do poder político dos velhos coronéis através da construção das bases de um novo pacto federativo. Sobretudo é preciso refundar o sistema político brasileiro fortalecendo os partidos políticos, estabelecendo o financiamento público de campanha fazendo uma ampla reforma política. Os gritos dessas reivindicações devem vir das ruas, das praças públicas, verdadeiros locais de onde emergiu a forma democrática de fazer política.

Bruno Rogens
Sociólogo
Integrante do Projeto Software Livre Maranhão
Militante da Juvetude do PT
Membro do Fórum Municipal de Juventudes de São Luís

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Diretora da UNE desqualifica manifesto da juventude comprada


O Maranhão em uma encruzilhada.

Thalita Martins*


O Estado do Maranhão teve um grande avanço político nas últimas eleições para Governo do Estado ao dizer “não” à oligarquia Sarney. Décadas e décadas de coronelismo deixaram marcas profundas que hoje tentam ser superadas com muita dificuldade. Enquanto outros Estados avançavam econômica e socialmente, o Maranhão apresentava traços das mais atrasadas formas de produção e o pior índice de desenvolvimento humano do Brasil. Os mais ricos eram os mais ricos do país e os mais pobres estavam abaixo da linha de pobreza.


Em 2006, fizemos a opção de escolhermos, via a democracia representativa, uma outra perspectiva de futuro para o Estado nos próximos quatro anos. Naquele momento, inúmeras pessoas de todas as classes sociais foram às ruas, numa linda e pacífica manifestação, como há muito tempo não víamos na Ilha Rebelde, dizer “Xô Rosengana”. E fizemos a escolha, não porque Jackson Lago se mostrava como o melhor candidato, mas pelo fim do coronelismo sarneysista que reinava em nosso Estado. Foi uma forma legal e democrática que o povo maranhense encontrou de dar um basta à anos e anos de atraso.


Hoje, nos encontramos em mais uma encruzilhada. A qualquer momento o Império Sarney pode voltar à tona. E isso me preocupa. Não acho que o Governo Jackson Lago tenha sido aquilo que sonhamos, um Governo que atenda aos anseios populares. Aliás, não faço apologia ao seu Governo (e nem é esse o meu intuito), por entender que apesar de alguns avanços, erros graves foram cometidos nessa pequena trajetória. E nem acho também que a oligarquia Sarney tenha se findado por completo. Uma prova disso é analisarmos nossos três representantes no Senado e o resultado das eleições municipais de 2008. O ano de 2006 apenas mostrou que esse poder havia se enfraquecido no Maranhão.


A volta de Roseana Sarney ao Governo pode significar o (re)fortalecimento de um grupo, cuja visão política arcaica contrasta com o cenário de crescimento político, econômico e social que o Brasil, na atual conjuntura, apresenta. Se já não bastasse a vitória de José Sarney para Presidente do Senado... Portanto, toda a nação deve se envolver nesse cenário e se preocupar com o que poderá ocorrer nos próximos dias no Estado do Maranhão.


Todas e todos os brasileiros (principalmente os maranhenses) precisam entender esse momento (histórico!) no qual estamos inseridos. Aliás, faz-se necessário sermos atores e atrizes desse palco, participando ativamente do que nos rodeia. Não dá para fingir que nada está acontecendo. É preciso aflorarmos um pensamento crítico na sociedade, para podermos entender e nos posicionarmos sobre a atual conjuntura política, social e econômica do Maranhão.


E, de preferência, nos posicionarmos outra vez, de todas as formas que pudermos desde que legais, contra o grupo Sarney. O espírito de se indignar e se rebelar contra aquilo que achamos injusto ou errado não é apenas da juventude, mas é inerente a todo e qualquer ser que guarde dentro de si um pouco de humanidade. Por falar em juventude, fico muito triste e decepcionada com uma entidade que em sua história já encampou várias lutas em prol dos estudantes e do povo maranhense (meia passagem, contra a Ditadura Militar, etc.) e por onde vários nomes que construíram e constroem a política maranhense já passaram, que é a UMES de São Luís. Esta entidade, que se posicionou “em nome do movimento estudantil maranhense”, deixa de lado toda a sua história ao defender a família Sarney e seus interesses.


Eu sou uma daquelas defensoras que acredita que não existe um nome, mas vários nomes e entidades que constroem o movimento estudantil. Assim como, que cada um fale por si próprio, tire suas próprias conclusões e tenha suas próprias opiniões (e isto é o que mais queremos!). Claro (e óbvio!) que a UMES de São Luís não realizou nenhuma assembléia com os estudantes secundaristas para tomar tal decisão.


Bom, mas por eu ser uma militante do movimento estudantil, que não se sentiu contemplada pelas declarações daquela entidade, e que representa uma entidade de representação nacional, que é a União Nacional dos Estudantes (UNE), venho aqui dizer que no último Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEG) que a UNE realizou na cidade de São Paulo, nos últimos 21 e 22 de março, aprovamos em Plenária Final uma moção de repúdio ao TSE, nos seguintes ditos: Moção de repúdio Repúdio a decisão do TSE que tenta derrubar o governo de Jackson Lago, num golpe à vontade soberana do povo do Maranhão.


Por fim, entendo que toda a sociedade precisa se posicionar. Estamos numa encruzilhada, onde podemos avançar num projeto popular para o Estado ou retrocedemos para um projeto arcaico e coronelista. Decidimos democraticamente o que queríamos para o Estado.


Devemos agora, exercer nossa democracia participativa e nos manifestar pelo respeito à vontade do povo maranhense. Nós somos sujeitos do nosso destino e não meros espectadores.


São Luís, 16 de abril de 2009.


* Thalita Martins é Diretora de Extensão Universitária da UNE e Coordenadora Geral do DCE da UFMA.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Por um sistema Integrado de Políticas Públicas de Juventude de São Luís


Por um sistema Integrado de Políticas Públicas de Juventude de São Luís

Bruno Rogens*


A juventude de São Luís vive um momento importante. Após os desgastes do período eleitoral, em que cada grupo de juventude apoiou seus respectivos candidatos ao Palácio de La Ravardiere, o tema voltou á pauta dos movimentos engajados na construção de dias melhores para os jovens da cidade.

Um importante fato é a retomada da discussão e construção do Plano Municipal de Juventude de São Luís - PMJ/SL - à partir das demandas elencadas pelos jovens na I Conferência Municipal de Juventude. O PMJ-SL deve se constituir como uma referência para a sociedade no que concerne à construção de um Sistema Integrado de Políticas Públicas para a juventude na cidade.

Nesse sentido há alguns atropelos que se não forem devidamente levados em conta podem incorrer na repetição de velhos vícios e erros na construção de importantes mecanismos de intervenção política dos movimentos de juventude, erros esses tão marcadamente percebidos na construção do Conselho Estadual de Juventude.

Por exemplo, entrou na pauta de discussão do Fórum Municipal de Juventudes o tema Conselho Municipal de Juventude. O tema Conselho parece ter caído de pára-quedas nesse Fórum já que não se sabe o teor da lei municipal que cria o conselho, bem como de que forma a essa lei foi aprovada pela Câmara. As informações sobre o tema são desencontradas e contraditórias, revelando desde já, um clima de disputa em relação á indicação e/ou eleição de membros do Conselho.

Outro atropelo é levar adiante a discussão sobre o Conselho sem um posicionamento oficial do poder público sobre a criação ou não da Secretaria Municipal de Juventude, de maneira que fique clara para o Fórum o compromisso ou não do Prefeito para com a Juventude.

Outra confusão é a criação de um Conselho e de uma Secretaria de governo sem a devida discussão ampla e democrática acerca do Plano Municipal de Juventude, representativo dos anseios legítimos da juventude ludoviscense.

Caso prevaleça uma visão isolada e utilitarista dessas diversas instâncias abre-se o espaço para especular-se sobre interesses obscuros por detrás da ‘pressa’ em se construir tais espaços além de revelar amadorismos políticos que levam a erros desnecessários já tão prejudiciais à juventude em nível estadual.

Sem a percepção de que é preciso pensar o Conselho, a Secretaria, e o Plano Municipal de Juventude do ponto de vista da criação de um Sistema Integrado de Políticas Públicas para a Juventude de São Luís, creio que todo o esforço atual na criação do Conselho será em vão.


É preciso superar certos vícios , tão notadamente claro nos ‘movimentos estudantis’, sobretudo os secundaristas, bem como a imaturidade política que, diante da perspectiva de construção de algo novo, e da grandeza da tarefa histórica do papel da Juventude na construção de uma nova cidade, se tornam ‘velhos’ antes mesmo de amadurecerem.

*Bruno Rogens é
Integrante do Projeto Software Livre - Ma
Membro do Fórum Municipal de Juventude de São Luís