domingo, 23 de dezembro de 2007

Grande mídia despolitiza os jovens e só os vê como consumidores


A grande mídia tradicional e conservadora do Brasil e de toda a América Latina, nas mãos de poucos donos, prioriza seus interesses particulares e concede pouco espaço às informações que efetivamente interessam aos jovens do continente. Ao contrário, conduz o seu noticiário de forma a despolitizá-los e tem como preocupação principal induzí-los ao consumismo. Estas constatações levaram Ermanno Allegri (foto), padre há 34 anos, hoje pároco de uma igreja da periferia de Fortaleza, a fundar em 2001 a Adital, uma agência de notícias online com sede na capital cearense e voltada quase exclusivamente a veiculação de notícias dos movimentos sociais brasileiros e sul-americanos. A Adital distribui suas informações diárias a 30 mil endereços no continente, um público que além de veículos de comunicação inclui movimentos organizados da sociedade civil, principalmente ONGs e outras entidades que atuam junto a movimentos de sem terra, jovens, mulheres, índios e homossexuais. Otimista, padre Ermanno torce e espera que a TV pública brasileira que começa a operar force uma mudança no panorama da atuação dessa mídia no país, obrigando também as TVs comerciais a mudarem o caráter de mero espetáculo que dão hoje às notícias e as leve a revelarem o Brasil real em seu noticiário.

Pergunta - Como nasceu a Adital e de que forma ela contribui para a discussão de problemas comuns na agenda latino-americana?

Ermanno Allegri - A agência de notícias nasceu a partir de uma proposta feita por algumas pessoas aqui de Fortaleza. Já trabalhávamos numa agência de menor porte para o Estado do Ceará. Ficamos satisfeitos com a sugestão apresentada porque se tratava de ampliar para um público bem maior o que já estávamos fazendo. Poderíamos valorizar as fontes de notícia, que são os grupos sociais, os de direitos humanos, as pastorais, etc, que já atuam junto a sociedade e que, com seu trabalho, foram os protagonistas das mudanças registradas na América Latina, em particular no Brasil, nesses últimos anos. Por isso, a proposta foi aceita e começamos a fazer contato com o maior número possível de pessoas e grupos organizados da sociedade civil para que se tornassem fontes de informação. Acertamos que enviem para a agência aquilo que pensam, o que fazem, os programas que desenvolvem para que isso se tornasse informação de fato. Fizemos essa opção por sabermos que esse tipo de notícia não interessa a grande mídia.

Pergunta - Em que ano isso ocorreu e quantos colaboradores a agência tem hoje?

Ermanno Allegri - Começamos a estruturar a agência em 2001 e no ano seguinte passamos a divulgar as informações, as notícias, no nosso site. Atualmente temos cerca de 30 mil endereços do Brasil, América Latina, Europa e Estados Unidos que recebem diariamente a informação. Além do site, que recebe de 10 a 15 notícias e artigos diariamente, mandamos e-mail com notícias. Esse tipo de informação chega, principalmente, para quem trabalha com comunicação, para jornalistas, comunicadores de rádio e para pessoas que trabalham com um compromisso com a sociedade organizada. Temos muitas pessoas ligadas a universidades - alunos e professores - a setores religiosos comprometidos com a causa social, ONGs de direitos humanos, de indígenas, de pescadores, de homossexuais, enfim, a setores que, de fato, agem hoje na sociedade.

A sociedade fica sem uma força
fundamental, que é a força da juventude.

Pergunta - De que forma a informação contribui para o trabalho das comunidades?

Ermanno Allegri - As informações que enviamos são muito aproveitadas e de várias maneiras. Aproveitadas por pessoas que as usam nas escolas, em encontros, seminários e cursos de línguas. As pessoas que escrevem para nós colocam que esse tipo de informação que divulgamos não é encontrado em outros lugares e em outros meios de comunicação. É uma informação que abre uma visão diferente, um jeito novo de ver a América Latina. Além de nós, quem se preocupa em divulgar o trabalho dos sem-terra, dos grupos organizados nas periferias das cidades, dos que trabalham por uma economia solidária em que não prevaleça só o interesse particular de cada um? Diariamente divulgamos uma matéria sobre temas dessa natureza, que alcança um grande número de pessoas e grupos. E o que elas recebem como informação se transforma em ação ou pelo menos em tema de reflexão.

Pergunta - Qual o conteúdo dessas informações transformadoras, que levam o público a novas iniciativas ?

Ermanno Allegri - O que divulgamos é o que vem dos setores sociais engajados, aqueles que chamamos de protagonistas da história desses últimos 20 ou 30 anos na América Latina. São conteúdos diretamente relacionados à reflexão, a estudos ou informações sobre o que esses grupos e pessoas já estão realizando, às vezes por conta própria e como grupos isolados, mas na maioria das ocasiões como equipes já constituídas. Eu diria que a informação que divulgamos vem de uma vida já vivida, de experiências, da realidade que já acontece, de práticas já colocadas na vida cotidiana. São informações que saem da experiência de vida, chegam às pessoas e transformam as intenções delas, as de segmentos das periferias urbanas ou de grupos de trabalhos, estudos e pesquisas em universidades.

Pergunta - Como o senhor avalia o espaço dado pela mídia latino-americana tradicional aos movimentos de jovens no continente, às suas reivindicações e aos assuntos que mais diretamente afetam a vida e o futuro deles?

Ermanno Allegri - A mídia tradicional no Brasil e em quase todos os países da América Latina apresenta um panorama um pouco triste nesse sentido. É uma mídia que tem certos interesses, um número restrito de donos e sua preocupação não é conhecer o que a juventude necessita ou realiza, mas orientá-la para o consumismo ou, muitas vezes, levá-la ao desinteresse pelas questões fundamentais. O objetivo é levar a juventude à não participação na vida política e social. Às vezes isso é até incentivado. O propósito é tirar a esperança e quando você tira a esperança da juventude em seu futuro, atrapalha, não deixa deslanchar uma vida, um movimento. Assim a sociedade fica sem uma força fundamental, que é a força da juventude.

Pergunta - Como as novas mídias, a internet, o serviço de mensagem curta via celular, a TV Web que está chegando e outras ferramentas de comunicação que surgem com a tecnologia digital podem contribuir para ocupar esse espaço, divulgar essas notícias de interesse de juventude e que não saem nas mídias tradicionais ?

Ermanno Allegri - Parece que hoje as crianças já nascem usando o celular e o computador. Então, nesse sentido, as novas mídias facilitam porque se você consegue colocar na mão dos jovens esses elementos – um acontecimento, uma informação, uma fotografia - isso serve para uma reflexão. Os jovens podem ver não só como diversão mas, também, como algo de interesse para a vida para o seu futuro, para aquilo que querem e se propõem realizar. Às vezes se percebe que eles captam muito bem e que dentro desses meios que utilizam promovem uma pulverização. Um passa para o outro a informação. Esse é um fato e o importante é que as informações sejam de boa tendência porque eles são multiplicadores. Isso é vital. Se entrarmos nos grandes buscadores como o Google e o Terra veremos que tem mais de um milhão de notícias da Adital. Portanto as informações que a Adital passa para 25 ou 30 mil endereços são multiplicadas, dia após outro, pelo nosso trabalho. Essa pulverização de informações é um fato interessante.

Por muito tempo as periferias
ficaram à margem da informação


Pergunta - Dentro desse contexto qual a importância da inclusão digital ?

Ermanno Allegri - Encontrei dias atrás, em Brasília, um grupo que faz exatamente esse trabalho (de inclusão) junto a cooperativas agrícolas. Ele oferece aos jovens que moram nas áreas rurais a possibilidade de alcançar informações e se isso acontece na área rural, ocorre ainda com maior profundidade nas periferias urbanas. No bairro em que atuamos em Fortaleza tentamos oferecer à juventude a possibilidade de conhecer mais a mídia através da internet. A inclusão digital é um instrumento que democratiza a informação. Se eu não confio mais na TV, no jornal ou numa determinada revista, a inclusão abre um panorama novo. Abre um leque amplo de informação, de uma riqueza muito grande, para receber a notícia diretamente de vários sites da internet ou informações que vem dos amigos.

Pergunta - Como o senhor vê o movimento cada vez mais forte nas periferias, de escolas de comunicação popular, rádios comunitárias e produção audiovisual?

Ermanno Allegri - Participei recentemente de um encontro organizado pelo Itaú Cultural em que estavam presentes representantes de mais de 50 grupos que trabalham exatamente nesse sentido. Fiquei admirado porque esse movimento me fez ver a criatividade que o jovem tem e gera um interesse novo pela informação. O que mais me impressionou foi o trabalho de jovens de um bairro que foram às padarias e ofereceram sacos para embalar os pães, nos quais publicam notícias. As pessoas compram pães e os levam em uma embalagem onde estão impressas notícias do dia anterior. Para mim isso demonstrou que os jovens se interessam por informações e que, dando-lhes oportunidades e orientando-os profissionalmente eles são capazes de coisas muito criativas, positivas, no sentido de construção da democratização da informação.


Pergunta - Esse tipo de movimento pode mudar a realidade das periferias ?

Ermanno Allegri - Tem muito trabalho ainda. Moro e trabalho na periferia de Fortaleza e percebo que por muito tempo essas pessoas ficaram à margem da informação, do interesse do Estado. São pessoas que quase não tiveram na vida oportunidades para adquirir conhecimento, estudo, uma formação mais profunda. Qualquer movimento no sentido de crescimento da pessoa ajuda e interessa à juventude, ela percebe o seu valor e a leva e motiva à participação social. Tudo isso ajuda, embora eu tenha a convicção de que o necessário seria um grande movimento de informação e de formação ao mesmo tempo. Ideal seria se ter revistas com capacidade de transmitir valores, que tenham conteúdo para reflexão e que pudessem ser distribuídas aos milhões. Informação significa chegar ao coração das pessoas com bons valores para construir a sociedade. O governo deveria levar mais a sério esse tipo de trabalho e perceber a infinidade de valores que a vida exige. Já há um esforço de muitos nesse sentido e isso é importante, um dado fundamental porque ajuda movimentos maiores a traçar uma linha de trabalho dirigida a juventude e que coloca a pessoa humana como centro de seu interesse.

Pergunta - Qual a importância da informação na vida das pessoas, especialmente nas classes economicamente mais baixas e que têm pouco acesso a informação?

Ermanno Allegri - A importância é muito grande, mas o que chega a essas camadas da população ainda é insatisfatório, principalmente em se tratando das questões políticas, do que acontece no governo, na sociedade. É ruim colocarmos informações parciais, com a defesa de apenas um dos lados, sobre uma questão séria como a transposição do rio São Francisco e a greve de fome do bispo de Barra (BA) D. Luiz Flávio Cappio. Que se noticie a transposição e o jejum do bispo, mas que também se coloquem notícias e artigos que possibilitem uma reflexão ampla sobre essas questões. O noticiário não deve trazer só o que faz o presidente da República, o bispo Cappio, o Exército (que constrói a obra), mas também aquilo que acontece nos bastidores, elementos fundamentais para a boa informação da sociedade.

É importante a TV pública
valorizar a cultura do povo


Pergunta - Como o senhor vê o surgimento da TV pública no Brasil? De que forma ela pode contribuir para democratizar o acesso à informação no país?

Ermanno Allegri - Espero que a TV pública brasileira tenha dois elementos fundamentais: informação séria, que não seja igual a que você vê e escuta em todos os noticiários, todos com as mesmas idéias e os mesmos fatos; e que valorize a cultura do povo, seus valores sociais, sua solidariedade. Quero e espero que a TV pública traga informações sobre o Brasil e não um espetáculo. Infelizmente as TVs que temos hoje transformam o noticiário da vida política, social e econômica em fatos sem interesse, numa espécie de espetáculo de variedades, de “Fantástico”. Quando você chega ao fim do noticiário você se pergunta: “no Brasil só acontece isso?”. Informação, noticiário, deve ser geral, de tudo aquilo que acontece no país. E, insisto, é importante a TV pública valorizar a cultura do povo, dos setores que trabalham na sociedade mas não apenas no sentido de folclore. Valorizar a cultura no sentido de valores sociais, de uma forma que leve o povo a perceber o que significa viver em sociedade, o que significa solidariedade, o interesse pela outra pessoa, leve a constituição de grupos que busquem e construam justiça e uma mentalidade nova em relação ao que é o bem público. Se esses dois elementos estiverem presentes na TV pública, para mim, será uma revolução sem igual. Se for assim a TV pública brasileira obrigará também as outras televisões a serem mais sérias.

Pergunta - Qual a proposta de trabalho da Adital para inserir a juventude na mídia do continente e, principalmente, levá-la a ter como pauta assuntos que interessem ao jovem ?

Ermanno Allegri - A Adital não se dirige somente aos jovens, embora no continente eles constituam uma porcentagem que evidentemente não se pode desconsiderar. A maioria dos jornalistas que trabalha aqui na Adital são jovens que recebem a informação, comparam-na ao que aprenderam na escola e dão uma complementaridade social ao que noticiam. Damos mais informações sobre aquilo que a sociedade organizada realiza. Colocamos esse diferencial, esse elemento novo para a juventude e para os profissionais da informação. Trabalhamos agora, também, com muitas emissoras de rádio que percebem a importância de fazer os jovens receberem as informações com essa característica.


Pergunta - Se não houver definição de novas políticas, como o senhor vê o futuro da juventude latino-americana ?

Ermanno Allegri - O continente hoje tem alguns governos mais abertos, bem diferentes de 20 anos atrás. Temos que ver e acompanhar o que de fato propõem e há muitas propostas visando finalmente construir o bem comum. Espero que essas políticas sejam mais aprofundadas em nossos países. Vamos falar do governo Lula. Tem elementos muito fortes de trabalho, nunca feitos antes com relação a juventude. Os jovens brasileiros hoje tem uma série de possibilidades de estudos, de trabalho, de se profissionalizar, que não havia antes. Agora uma coisa é dizer que existe um trabalho, que temos um começo e outra coisa é que já respondemos, preenchemos as necessidades. As necessidades reais da juventude no Brasil e na América Latina exigem investimento de capitais - sobretudo investimento humano - atenção, interesse eu diria 100 vezes maior maior do que o que está acontecendo agora. Eu espero que não se fique só nesse começo, que seja uma coisa só para aparecer, como um cartão postal colorido. Se for isso, é falso.

Pergunta - Qual é a atuação, hoje das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, extremamente presentes na vida social e política dos países do continente nos anos 70 e 80 e que foram contidas no papado de João Paulo II?

Ermanno Allegri - Elas foram extremamente participantes e mobilizadoras naqueles anos no continente. As CEBs, com certeza, são uma das grandes atuações do espírito de Deus dentro de América Latina, em particular, eu diria, dentro do Brasil. Tiveram papel importante também na Europa, eu diria que, em particular, na História da Polônia, onde se contrapuseram a um regime forte, marxista. Ali esse regime quando tentou resistir e se manter encontrou uma força igual e contrária que era uma Igreja Católica forte e organizada. Ela atuou politicamente (contra o regime) e com certeza a atuação de João Paulo II com relação à Igreja na América Latina foi muito marcada pela sua visão européia, da Igreja em seu país natal.

Mas a situação começa a mudar. Se compararmos a conferência dos bispos que aconteceu agora, no mês de maio, em Aparecida do Norte, com Bento XVI, com a conferência episcopal anterior realizada em São Domingos com João Paulo II, a diferença é comparável a do dia para a noite. Em São Domingos havia quase que um controle policialesco dos bispos que participaram. Os representantes da Cúria Vaticana ditaram as normas do documento final que saiu em São Domingos. Houve uma diferença enorme no documento final agora em Aparecida, do qual todo mundo participou. E neste documento de Aparecida as CEBs foram reconfirmadas como linha importante de atuação para continuar na América Latina. É claro que hoje elas tem uma atuação diferente. Anos atrás aqui no Brasil elas eram um espaço onde a ditadura não podia entrar – se entrava o fazia para repressão. Naqueles anos até diminuiu o número de CEBs. Elas foram, então, um espaço importante para vários caminhos, para a atuação da Igreja e da sociedade. Sem ditadura, hoje a sociedade é mais pluralista, tem muitos setores organizados. Depois da conferência de Aparecida, temos uma oportunidade fundamental, que devemos aproveitar bem, na qual há possibilidade de participação maior não só da cúpula, mas de todo o clero, de leigos, mulheres, jovens. Todos com um espaço forte e sobretudo o direito de falar e participar de decisões.

Pergunta - Com Bento XVI há possibilidade de termos uma Igreja mais atuante social e politicamente ou ela será mais voltada para a questão da religiosidade ?

Ermanno Allegri - Tem setores e facções da Igreja ligadas simplesmente a alguns momentos da vida das pessoas, à religiosidade e isso, com certeza, talvez seja até a maioria, ou o setor mais hegemônico dentro da Igreja. Mas temos também uma Igreja muito forte e atuante nas questões sociais e políticas. E para nós falar de social e de políticas significa viver a caridade, mas uma caridade que me coloca dentro de uma sociedade para renová-la com base na justiça, no amor ao próximo, no respeito aos outros, a paz, a elementos que proporcionem construir uma sociedade em que não haja tanto sofrimento, tanta exclusão. Os grupos organizados já estão dentro da Igreja, agora é só chamar mais gente, multiplicar para que haja o fermento que acelere o amadurecimento da sociedade na América Latina.

Mais informações sobre o trabalho da agência Adital em www.adital.org.br

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Dutra vence eleições no PT e lança Bira do Pindaré à sucessão municipal



Extraído do JP:

"O deputado federal Domingos Dutra declarou, na manhã de ontem, em entrevista coletiva à imprensa, que ganhou a eleição para a presidência do Partido dos Trabalhadores, realizada em segundo turno, no domingo passado. Ele informou que, agora reeleito, assumirá o novo mandato com a tarefa de preparar o PT/MA para as eleições municipais de 2008 e de lutar para que o sindicalista Bira do Pindaré, atual membro da Assessoria Especial do governador Jackson Lago (PDT), seja o candidato do partido à prefeitura de São Luís.


Dutra garante que “fatura está liquidada”, mas Washington Luiz diz que não

“Bira tem amplas chances de ser o sucessor do prefeito Tadeu Palácio, da mesma forma que o companheiro Jomar Fernandes tem diante de si a perspectiva de voltar a ser o prefeito de Imperatriz”, afirmou Dutra. Mesmo sem informar os números da apuração oficial, ele garantiu que, com base em resultados de uma apuração paralela, já está eleito para um novo mandato. “Ganhei de novo agora, mas já tomei a decisão de que nunca mais serei candidato à presidência do partido, para poder dar oportunidade às novas lideranças que estão surgindo agora”, declarou Dutra.

Além de preparar o PT para as eleições municipais de 2008, Dutra afirmou que, no novo mandato, cobrirá o período de 2008 a 2009, lutará pelo crescimento do partido. “O nosso objetivo será o de eleger o maior número de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores”, assinalou, frisando que também lutará com a tarefa de regionalizar o partido e de aproximar o PT dos governos federal e estadual.

“Somos governo Lula e estamos no governo Jackson Lago”, enfatizou, depois de manifestar agradecimentos ao apoio que recebeu do secretário de Finanças, Augusto Lobato que, no primeiro turno, ficou em terceiro lugar, com 1.120 votos (15,6%). Para o segundo turno, Lobato manifestou apoio a Dutra, que também ganhou o apoio do secretário de Estado de Minas e Energia, Ricardo Ferro, e dos secretários adjuntos do Trabalho, Franklin Douglas; da Igualdade Racial, Sílvio Bembém, e da Juventude, Márcio Jardim. A chapa encabeçada por Dutra conquistou o maior número de cargos na Executiva, num total de seis, seguido do sindicalista Washington Luís (cinco). Augusto Lobato e a chapa montada pela deputada estadual Helena Heluy conquistaram dois cargos.

Quando anunciou o apoio à pré-candidatura de Bira do Pindaré, Dutra fez uma análise do cenário político e eleitoral de São Luís, mostrando que nesse quadro o grupo Sarney está fora, por não ter chances. Para ele, a sucessão do prefeito Tadeu Palácio será decidida pelos cincos principais partidos da base de apoio do governador Jackson Lago – PDT, PT, PSB, PSDB e PCdoB. “Se estes partidos se unirem logo, a vitória virá no primeiro turno. Se cada um lançar seu candidato, ainda assim a disputa no segundo turno se dará dentro da própria base do governador”, afirmou Dutra, ressalvando que se o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) for o candidato comum de todos estes partidos, ele será eleito sem muitas dificuldades." Por Manoel Santos Neto

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Mediocridade, corrupção e funcionários públicos


Reproduzo o texto de Bruno Azevedo,( blog linkado ao lado) que retrata, dentre outras coisas, a mediocridade da bur(r)ocracia acadêmica.


"algo me diz que no começo do ano vai rolar um puta escãndalo.
mais ou menos quando uma sindicância nos correios detectar que os remetentes daquelas inocentes cartinha pro bom velhinho vem mais ou menos do mesmo lugar, mais ou menos das mesmas pessoas e mais ou menos no memo padrão de escrita.
vão fuder com o esquema das cartinhas de papai noel. vão prender todomundo num primeiro momento, soltar num segundo e esquecer no terceiro.

minha suposição vem de um postulado recente: no brasil, o segundo passo para qualquer coisa a ser institucionalizada é a corrupção.
é como praia turística que começa com hippie e mochileiro e acaba com resort de senador, gente faminta e puta de 13 anos.
vai pra jeri agora e pros lençóis em algum tempo.

pois a quadrilha dos fraudadores da boa e velha missiva pro velho e bom papai noel deve estar em atividade agora mesmo, enquanto escrevo esse post. eles contratam crianças pra escrever as cartas, criam dramas padrões nos quais todos caímos e se dão bem pra caralho!

mas, foda-se. eu não escrevo nem respondo cartinha de papai noel. quando vejo as criancinhs no jornal falando das cartinhas eu me divirto, sabe, por admiração.

que é mais ou menos a mesma admiração cínica que tive quinta feira, no prêmio universidade.
eu saí na metade, vá lá, mas vi o que pude.
e vem o lance da instituiçionalização.
o prêmio se propõe a valorizar a música maranhense. beleza. supimpa. batuta!
teoricamente haveria um clima de confraternização, mútuo reconhecimento e disputa. afinal, ali está a bolinha da bic que escreveu o capital.
acontece que essa relevância pra além não existe e o prêmio acaba não cumprinco a função de referendar seus indicados ao mercado e, principalmente, ao público.

e nessa ai eu meto toda a merda oficial em relação à arte. atualmente tão rolando aqui pelo menos dois concursos relacionados a produção artística: um com artigos sobre o montello e outro que vai da poesia à música.
tô participando dos dois.
ainda tem o da fumc, que rola quando em vez e eu também sempre participo. dá uma grana batuta, dei entrada numa casa com o último prêmio, pra vocês verem.

o que esses eventos tem em comum e porque eles viram um poço de merda é bem simples:
01. são funcionários públicos organizando.
02. funcionários públicos não realizam trabalhos, cumprem expedientes.
03. dar prêmio é exercer autoridade, mas essas lições ees não aprenderam.

e quando os prêmios perdem esse poder de legitimação, viram a caixinha de fim de ano.

todo ano eu pego todos os livros do concurso da fumc de graça. levo, desde 98, a mesma cartinha, na qual digo que sou pesquisador e interessado na produção do estado, blábláblá.
a maioria eu jogo fora.
porque geralmente são umas bombas mesmo, já peguei um livro que ganhou o prêmio de "pesquisa e erudição" no qual o fulano passa umas 200 páginas dizendo que o brasil tem uma dívida histórica com os escravos. no fim ele dá o número da conta dele.
o problema aí é que se deram o prêmio pruma merda dessas significa:

01. a comissão num valia um cibazol (ao que sei não se tem especialistas pra julgar. a mesma galera julga romance e pintura, por exemplo, mas n tenho certeza)
02. esse fulano era amigo de alguém lá dentro.
03. nesse ano ninguém fez algo melhor que aquilo (o que duvido muito)
04. os autores não vêem nesses concursos uma forma legítima de escoar seus trabalhos.

os dois mais recentes tiveram as inscrições adiadas por falta de candidatos. o do montello, no último dia, só tinham 3 inscritos. porra, 03 caras!
ai os FPs decidem postergar pra atrair mais público.
no CCH da ufma não tinha um cartaz sobre o concurso.
no site não tava atualizado.
super fodam-se! eu entreguei esta merda na data. se vocês não fazem o trabalho de vocês direito, vão tomar no cu e me passem a minha parte em dinheiro!

não que eu fique feliz que só tenham 3 artigos no concurso do montello, mas eu não engulo ser punido por incompetência e FP nenhum e isso rola direto!
a mesma pro da secma (é assim?). a propaganda na porra da brochura diz que "letra é lei" e tem que fazer a merda do concurso todo ano.
autoritarismo burocrático de merda que trabalha na lógica do cafezinho, do paleativo e do tapinha nas costas.
propagandear um concurso por seu aspecto legal é invalidar qualquer relevãncia prática que ele tenha.
e já vejo 700 cópias de uns tantos livros apodrecendo nos porões da secretaria de cultura. afinal, a lei determina que se faça o concurso, não que se distribua os livros.
além do show de horror de livros mal impressos e que viram fascículos.
espero que possam me contradizer nessa, tõ dando a cara pá tapa, façam o favor.
esse ai adiaram a entrega do material e a premiação, que só deve rolar mesmo no próximo comício.
...

escolher os melhores de qualquer coisa é um exercício de autoridade e um retrato de si mesmo.
no prêmio universidade tem uma categoria que me remete à esquina da rua do egito com a dos afogados: artista da noite.
eu sei que é chover no molhado, mas os caras que levam gente pra noite mesmo aqui são os seresteiros do kabão.
o prêmio esse ano cagou no próprio pau com o tema. algo tipo "a música do nordeste", com um show baseado em luis gonzaga, jackson do pandeiro e outros tantos.
a merda começa quando, convenhamos, a gente NÃO FAZ parte do nordeste referendado por esses caras (inda mais aqui na capital) e que os compositores dessa leva nada mais eram que os cantores do kabão do tempo deles, hoje alçados à MPB.

daí que meu problema com o prêmio não é que o prêmio exista, mas é que o prêmio exista sem nenhuma relevância. não desperta uma apreciação crítica sobre a obra dos caras envolvidos, não descortina mais uma cena ou tendência e fica a cada ano mais mirrado, pouco criativo e com cara de festa de cumade.
além do velho papo de "niguém valoriza o artista da terra" ou o "a gente tem que aprender a ouvir menos música de fora".

o que quero dizer é que a literatura maranhense, por exemplo, é muito mais inteligente que literatura que fumc imprime todo ano e que iso não é culpa dos autores.
assim como a música maranhense pode ser melhro que as premiadas pel universidade todo ano e isso a galera que a faz tem um pouquinho mais de participação.

esses prêmios deviam aprender algo com o marafolia.
eu devia aprender que não se mete o pau em concursos cujos resultados ainda não sairam...

marahão: tempo de novas idéias!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Lembrar para não esquecer


Apenas o JB lembrou que hoje, dia 13 de dezembro, é uma data histórica. Na noite da sexta-feira, 13 de dezembro de 1968, o governo do general Arthur da Costa e Silva editava o Ato Institucional n.o 5, fechando o Congresso Nacional, suspendendo os direitos políticos, cassando mandatos de senadores, deputados, prefeitos e governadores, afastando ministros do STF e intervindo no Poder Judiciário, decretando o estado de sítio, suspendendo o habeas corpus e outros direitos individuais, proibindo reuniões e manifestações públicas, estabelecendo a censura prévia, entre outras medidas arbitrárias.

O AI-5 representou um endurecimento ainda maior da ditadura militar, instalada no país com o golpe de 1964, e inaugurou o período mais brutal da repressão política no país.

A edição do JB do dia 14 de dezembro de 1968, numa tentativa de burlar a censura, publicou a seguinte previsão do tempo: "Tempo negro. Temperatura sufocante. O ar está irrespirável. O país está sendo varrido por fortes ventos. Máx.: 38º, em Brasília. Mín: 5º, nas Laranjeiras"

O AI-5 foi uma resposta da ditadura às grandes manifestações de massa que ocorreram no ano de 1968. O ano de 1968 foi de grandes protestos contra o regime militar. No início do ano, artistas de teatro mobilizaram-se contra a censura. E, no mês de março, uma manifestação de universitários no restaurante do Calabouço terminou com a morte do estudante Edson Luís. Greves e passeatas eclodiram em todo o país, culminando com a passeata dos 100 mil, em junho, no Rio de Janeiro.

A justificativa oficial para a edição do AI-5, no entanto, foi um discurso do então deputado Márcio Moreira Alves, no início de setembro, no qual conclamava a população para boicotar os eventos programados para o Dia da Independência. O pronunciamento do parlamentar provocou grande irritação entre os militares, que pediram sua cassação. O pedido foi rejeitado pelo Congresso (216 votos contra, 141 a favor e 24 abstenções), mas no dia seguinte foi decretado o AI-5.

Ao lembrar essa data, homenageio todos os brasileiros que lutaram contra a ditadura, em defesa da liberdade e da democracia, muitos deles dando a própria vida por essa luta, e espero que essa lembrança sirva de alerta para que o Brasil nunca mais viva dias tão duros, arbitrários e violentos como aqueles de 39 anos atrás.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

TV DIGITAL NO BRASIL: A INTERATIVIDADE EXCLUDENTE


A TV digital lançada por Lula nasce sob o controle da Globo. A vantagem de um padrão brasileiro seria um custo menor do setup box, a possibilidade de adesão de toda a América do Sul ao nosso padrão, um grande interatividade e maior democratização na ocupação do espectro radioelétrico.

Mas o governo seguiu um outro caminho. Pelo menos aderiu às óbvias vantagens do software livre no midleware, apostando na utilização do Ginga, software desenvolvido pela universidade brasileira. Precisamos defender o Ginga, pois as multinacionais irão buscar usar outros softwares em seus aparelhos. A defesa do Ginga passa pelo seus uso. Passa pela produção de conteúdos nesta plataforma. Seu uso é fácil e pode ser disseminado rapidamente pelas escolas de comunicação.

O PROBLEMA DO CANAL DE RETORNO...

A TV digital aprovada pelo Lula é menos interativa do que de alta definição. É menos democrática do que protetora dos radiodifusores diante do ataque mundial das operadoras de telefonia. Uma pena que seja também uma TV que deixará de ser gratuita. Por que? Simplesmente pelo fato da interatividade da TV digital brasileira usar um canal de retorno que será pago. O download dos conteúdos será gratuito, mas o uopload será pelos canais controlados pelas operadoras de telecom. Dúvido que seja de graça. Será que o presidente irá exigir que os fluxos da TV aberta brasileira sejam gratuitos?

Os brasileiros mais pobres não utilizam a telefonia fixa, não pagam banda larga, pelo alto custo desses serviços e pela extrema pobreza da maioria de nossa população. Então, quando comprarem o setup box e souberem que terão que usar a telefonia fixa para ;parar uma cena, pedir um produto ou ver uma outra parte da novela, eles simplesmente deixarão a interatividade de lado...
Interatividade será para os incluídos sociais...
lamentável.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Justiça Federal anula reunião do CONSUN/UFMA


Enquanto o Reitor fala em democracia, na nota ‘A UFMA venceu’, e censura a rádio universidade, a Justiça Federal acaba de deferir uma liminar favorável ao pedido de anulação da reunião do CONSUN realizada no última sexta-feira, 30/11, feita pela APRUMA. A reunião foi marcada por uma série de manobras e atropelos e consequentemente ilegalidades tais como o não respeito ao prazo de 72 h de antecedência para convocar os conselheiros, o desrespeito ao Art. 38 do Regimento Geral da Universidade, segundo a qual os conselheiros deveriam receber o documento completo e não em partes, dentre outras. A comunidade acadêmica terá oportunidade de analisar, discutir e deliberar democraticamente o projeto. Abaixo a nota lançada pela APRUMA:


ADESÃO DA UFMA AO REUNI É ANULADA – JUSTIÇA FEDERAL CONCEDE LIMINAR
A Justiça Federal concedeu, nesta tarde de quarta-feira, dia 5 de dezembro, liminar ao Mandado de Segurança impetrado por conselheiro da APRUMA no CONSUN no sentido de anular a sessão que aprovou a adesão da UFMA ao REUNI.
Antes da pretensa reunião do CONSUN a Administração Superior da UFMA foi advertida de que existiam falhas formais na convocação e foi levantada uma questão de ordem. A maior parte dos conselheiros, todavia, entendeu que a reunião deveria acontecer mesmo correndo o risco de ser anulada na Justiça.
As argumentações centrais que sustentaram o pedido de suspensão do CONSUN foram as seguintes:
a) A pauta proposta, ou seja, apreciação e deliberação acerca do Plano Plurianual de Metas Quali-Quantitativas proposto ao CONSUN como intenção de adesão da Universidade Federal do Maranhão ao Programa REUNI do Ministério da Educação de forma alguma poderia ser considerado caso de urgência. Portanto a convocação deveria ter sido feita com, no mínimo 72 horas, o que não aconteceu. A adesão da UFMA ao referido programa é possível desde o mês de outubro de 2007 e ainda pode ser feita até o dia 17 de dezembro, para supostamente garantir recursos em 2008, como pode ser verificado no site do MEC;
b) A pretendida sessão do CONSUN também careceu de legalidade por ferir o Art. 38 do Regimento Geral da Universidade Federal do Maranhão, segundo o qual os conselheiros deveriam receber o documento completo, mas receberam apenas uma versão concluída na madrugada do dia 28 de novembro e com vários erros, segundo disse o assessor do reitor para assuntos de interiorização, em entrevista na Rádio Universidade no dia 29 de novembro (a entrevista será solicitada como prova legal na Justiça).
A legalidade do Conselho pode ainda ser questionada pelo fato de ter sido desrespeitado o Art. 29 do Regimento Geral da UFMA, que estabelece que as sessões são públicas. Apenas os Conselheiros tiveram acesso à sala da Procuradoria, que evidentemente não têm condição para que seja realizada uma reunião deste porte (o reitor e os Conselheiros sequer tinham cadeiras para sentar).
Vários conselheiros, inclusive os representantes da APRUMA, do SINTUFMA, do Centro de Ciências Sociais e Centro de Ciências Humanas, se recusaram a participar da votação realizada no gabinete do Procurador.
Com esta decisão da Justiça, ainda que em caráter liminar, espera-se que toda a comunidade universitária possa conhecer o teor da proposta da UFMA de adesão ao REUNI e sejam feitos debates em todas as unidades acadêmicas.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A palavra de Yuri.... "“Ele queria criar um fato político..."



A bem da verdade, fui bater um papo com o estudante do Curso de Filosofia e militante do movimento Na Trincheira e na Poesia - UFMA, a respeito dos fatos ocorridos na última segunda-feira (03/12. Abaixo está a versão de Yuri. Ele comenta o cerceamento da informação que a reitoria vem promovendo bem como as reais intenções do estudante e jornalista do JP Zé Linhares. A imprensa vem demonstrando seu total despreparo e má fé na cobertura dos fatos. No post no Blog do Décio Sá, cuja falácia comentei recentemente, aparece uma foto em que o mesmo Yuri é reconhecido como um estudante do Ceará, demonstrando a total falta de critérios em divulgar informações de grande repercursão social. abaixo a conversa com Yuri.

Sobre a agressão no CCH

“Ele queria criar um fato político e conseguiu muito bem. Às 5 e meia da tarde, hora da saída dos estudantes aqui no corredor, ele cumpriu a ameaça que tinha me feito no CONSUN sexta-feira, depois que a polícia federal chegou lá as coisas se amenizaram mas ele me ameaçou, dizendo que no CCH eu ‘ia ver o que ia o que iria acontecer comigo’ e concretizou a ameaça, me deu um soco na cara, aqui na entrada do corredor do curso de filosofia pra todo mundo ver, esperou a formação de platéia pra concretizar a ameaça. E aí o que acontece? Dois companheiros meus que militam no movimento (Na Trincheira e na Poesia) chegaram pra arrefecer a coisa questionando Linhares sobre as agressões aí ele já saiu distribuindo pontapé pra Saulo e Serginaldo. Um chute acertou o Serginaldo e foi o momento que ele revidou em legítima defesa. Conseguiu imobiliza-lo no chão e fizemos o revide, que era o que ele queria, procurar um alvo no movimento estudantil pra criminalizar o movimento, em especial certas figuras públicas do movimento.”

Sobre a versão divulgada no site da UFMA.

“ o que acontece é que ele está aliado com a Administração Superior, é um puta de um bucha de canhão, que fez uma operação kamikaze aqui, exatamente pra conseguir o intento da Administração Superior que é exatamente tentar em última instância o jubilamento desses estudantes. Isso é ridículo no primeiro sentido do termo, de uma coisa que é risível, só não é mais risível por que é uma coisa muito séria, e é por isso que temos que reforçar a luta contra esses caras, contra esses canalhas que estão pilhando a universidade pública, e como registro, vou falar de mais uma medida autoritária, pois eu acho que eles pensam que ainda estamos vivendo na ditadura militar, ele simplesmente fechou a rádio, que é da universidade, e é importante que se frise, é da universidade e não da reitoria. Ele fechou a rádio pra qualquer tipo de manifestação da APRUMA ou das entidades estudantis, DCE, CA’s e DA’s, então a gente não pode falar. E soube mais ainda agora, que ele está com um programa aos moldes da voz do Brasil, que deve se chamar A Hora da Reitoria, não sei direito o nome né, mas ele está com um programa na Rádio Universidade pra enaltecer a reitoria. Soube também ainda agora que a ASCOM está pilhada. Umas estagiárias me falaram agora há pouco no RU que estão putas ,por que não agüentam mais, todas as matérias são de enaltecimento à reitoria e ao Srº Natalino Salgado e criminalização do movimento estudantil, que somos baderneiros e vagabundos.”


Sobre a anulação da reunião do dia 30.

“ desde a votação a APRUMA entrou com uma questão de ordem, e foi o momento que os secundaristas teleguiados pela UMES, MEI e UJS e a mando da reitoria, fizeram aquele motim que acabou dando no que deu. A APRUMA entrou segunda feira com um pedido na Justiça Federal de anulação da reunião alegando vários irregularidades.”

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Entrevista com Silvio Bembem PT de São Luís– 02/12/2007


As eleições internas realizadas pelo Partido dos Trabalhadores no último domingo dão a prova de que o PT é o único dos grandes partidos do Brasil a levar à sério a sua democracia interna. È um demonstração da importância de cada filiado, de cada militante que constrói o partido. Independente do resultado, e das disputas internas, quem ganha com isso é a democracia interna do PT e a democracia brasileira. Realizei uma entrevista, juntamente com os blogueiros Ricardo Santos e Jhon Cutrim, linkados ao lado, com o candidato à presidente do Diretório Municipal e Secretário Adjunto da Igualdade Racial do Governo do Estado, Silvio Bembem. Silvio alertou para a influência da política oligárquica liderada pelo Senador Sarney, dentro do Partido. Demarcou o campo democrático e popular como uma força de respeito dentro da conjuntura política atual, e comentou a conjuntura em relação às eleições municipais do ano que vem. Abaixo a entrevista.



Pergunta: Como você vê a importância dessa eleição no PT em relação às eleições municipais do ano que vem?

Primeiro eu diria que o PT dá uma prova de vitalidade por que independente da formação política e da linha ideológica que cada militante tem, o PT consolida a democracia quando solicita aos filiados que escolham os seus dirigentes ao realizar o PED. Esse é um processo novo na política partidária, no Brasil é muito recente que só o PT inaugurou esse modelo. Então isso é um ponto positivo. Do ponto de vista eleitoral é significativo, pois a nossa chapa apóia candidatura própria e é obvio que é importante o resultado dessas eleições por que independente do resultado é importante que o Bira tenha o respaldo considerável para construir sua candidatura. É um desejo nosso construir uma candidatura do PT, entendendo que o Partido é grande, tem vitalidade, pode crescer na cidade, então acho que é a eleição no PT tem conseqüências importantes para a questão eleitoral do ano que vem.
Vários candidatos estão de olho no resultado dessas eleições no PT, por que a definir quem ganha aqui hoje dá desdobramento pros outros partidos, isso não só aqui mas no Brasil como um todo. A eleição no PT é vista com grande interesse pela mídia, toda imprensa nacional acompanha o resultado por que é o Partido do Presidente da República, portanto é o Partido que está dirigindo o Brasil, e que é obvio que estamos às vésperas de uma eleição que vai anteceder a sucessão do segundo mandato de Lula. Então há vários desdobramentos, se ganha o Berzoíni, o projeto é um, se ganha o Walter Pomar é outro, se ganha o Gilmar Tato é outro e se ganha o Eduardo Cardozo é outro, e anda há a probabilidade de união da ala mais à esquerda pra ir para o segundo turno unido.


Pergunta: tu acha que o numero resuzido de 748 votantes, tu acha que esses que votaram são os filiados que levam o PT na raça, que é o chamado voto de qualidade que o PT necessita?

Eu diria que há várias aspectos desse voto. Existe o cara que voto por que o pai ou a mãe pediu, e nem sabem em quem estão votando. É um voto que reproduz o que há de pior na política brasileira o que é um perigo pois você ajuda a escolher uma direção sem saber qual é o projeto dessa direção. Mas existe um setor mais progressista que faz diferente, por exemplo nós conseguimos agregar em nossa chapa lideranças importantes como Walter do Anil, a Creuzamar, o Carlito Reis, o Professor Joan, Dutra, Márcio Jardim, Natan do Anjo da Guarda, o Cláudio Silva do grupo Grita, o Pedrosa, Manoel da Conceição, então a chapa agregou várias lideranças que tem um significado simbólico pra cidade e político e ideológico muito grande, então nossa chapa tem esse diferencial de ser construída por militantes o que é bastante importante frisar. Com relação a outra chapa a gente não pode ver dessa forma por que existe muitos votos deles de filiados que não tem consciência do processo político em curso, é um voto tipo, ‘voto por que ta me levando’. Eu acredito numa surpresa das urnas. Eu acho que vieram muitos votar aqui com consciência desse processo político e convictos de que essa consciência funcione, pois o contrário está comprometendo a democracia brasileira, tem comprometido a relação com os parlamentares, como nos casos de políticos que renunciam para não sofrer processos de cassação e retornam aos cargos no pleito seguinte por que o eleitor não consegue ver a ética como bandeira fundamental e se a ética não for um principio nobre nos comprometemos todo o processo político.


Pergunta: Pra finalizar, o PT corre o risco de cair em más mãos?

Com certeza, por que há uma influência numa corrente do PT, nós temos visto isso, setores que realmente são conservadores na política maranhense, setores retrógrados da oligarquia, liderados pelo Senador Sarney, até por que o Senador tem interesse em influenciar o PT em função da aliança dele com Lula. Então nós continuamos com o mesmo entendimento, apoiamos inteiramente o governo do Presidente Lula mas não podemos abrir a retaguarda para a oligarquia no Estado por que nós estamos vivendo um momento novo e acho que a transição que Jackson está fazendo é justamente para esta geração assumir o poder nos Maranhão nos próximos anos, pois só com novas cabeças, novas práticas nós vamos conseguir mudar a realidade do Estado.

Pergunta: Você acha que a Frente de Libertação segue unida para as eleições do ano que vem?

Pouco provável, eu não diria que não, pois as coisas na política são muito dinâmicas, mas acho pouco provável pois todos os partidos tem interesse, pelo menos o PT esse é o entendimento da maioria dos companheiros, mas ainda tem o PC do B com Flávio Dino, o PDT com Tadeu que não abri mão de indicar seu sucessor, e tem outros partidos que se qualificam pra disputa. Não há sentido uma reedição da frente de libertação pois não há o que libertar. Devemos trabalhar é pela melhoria das condições de vida da população, resolver problemas como a questão do saneamento básico, da saúde, do trânsito caótico, da cidade com maior número de acidentes. Não estou dizendo que Tadeu foi um mau prefeito, mas existem algumas coisas que precisam ser renovadas e ele já se esgotou a era dele já passou e nós temos que alternar, por que alternando nós fortalecemos nossa democracia.

Pergunta: depois de concluída as eleições no PT, caso o partido não lance candidato próprio qual o nome mais viável para o partido apoiar?

O PT defende o campo democrático e popular existe partidos tradicionalmente aliados conosco como o PSB, o PC do B, o PDT, são partidos que tradicionalmente se aliam conosco e que construíram uma aliança nacional e que é a matriz do campo democrático e popular. Esse campo hoje compõe uma coalizão no âmbito estadual e na coalizão só tem um partido que está fora desse campo democrático e popular que é o PSDB que a nível nacional é nosso principal inimigo aliado com o DEMO, localmente são aliados estratégicos por que estão no governo, enfrentam o debate sobre a oligarquia portanto isso é uma aliança prática, não é programática. Nós concordamos com o governo de coalizão estamos nele, tem o PSDB, tem o PT, então nós não somos psdbistas nós somos PT num governo de coalizão, assim como o Senador Sarney no governo de coalizão nacional, qual é a diferença? Ele ta lá por que o Lula acha que ele é bom, pra nós ele não é. Destratar o PSDB que está enfrentando o modelo oligárquico é perder o bonde da história, portanto a aliança é tática, não é programática e não é ideológica. O que nós queremos é compor com o campo democrático e popular, não tendo candidato provavelmente algum candidato do PSB, ou do PDT poderia ser nosso candidato. Existem três nomes, tem o Clodomir, o Moacir Feitosa, o próprio Vidigal que já compomos nas eleições estaduais, tendo como vice a companheira Terezinha...

Pergunta: E o Zé Reinaldo?

Eu acho pouco provável, apesar das pesquisas o indicarem como um candidato competitivo. Acho que ele não entraria numa bola dividida pois não reeditaria a frente o que não é do interesse dele. Eu acho que tem muita água pra rolar e eu acho que essa decisão de hoje é importante, se nós ganharmos a eleição todo mundo vai saber que vamos continuar trabalhando para o partido lançar candidatura própria, quem sabe tendo um vice do PC do B. Temos que trabalhar em prol dessa nova geração de políticos como Bira, Flávio Dino e outros.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A falácia da imprensa no caso do tumulto na reunião do CONSUN


A diversidade de opiniões e pontos de vista enriquece a democracia. Mas é preciso saber identificar o tênue limite entre a diversidade e a visão tendenciosa. Ainda mais em se tratando do trabalho de um profissional que deve primar pelo compromisso com a verdade. Temos um perfeito exemplo do segundo caso ao analisar o texto do Jornalista do sistema mirante Décio Sá sobre a tumultuada reunião do CONSUN que aprovou a inclusão da UFMA no REUNI.
O post foi publicado no domingo, dia 2 e trás uma foto histórica de um estudante universitário tomando o microfone das mãos do Reitor. a foto por si só já merece um post em separado que estou preparando. O artigo começa chamando de baderneiros estudantes cientes de seus direitos políticos e do seu papel transformador na sociedade. O artigo passa então a demonizar estudantes filiados aos chamados ‘partidos ultra-radicais PSTU e PCO’, como se isso fosse uma heresia. ao final o jornalista afirma que dos cinco conselheiros que representam os estudantes, três votaram a favor do projeto o que demonstra que os estudantes contrários não tem representação alguma. Ora, o que se dá é exatamente o contrário pois quem não tem representatividade são os conselheiros. Partindo do principio de que todo poder emana do povo, ou seja, das bases, a posição tomada pelos conselheiros não foi representativa da maioria dos estudantes presentes à reunião. O mais grave é a perda de legitimidade do próprio conselho universitário que realizou uma sessão importantíssima para a comunidade acadêmica, de forma antidemocrática e autoritária. Não é concebível que um programa de alta complexidade tenha sido apreciado e votado da maneira que foi pelo CONSUN. A ação dos estudantes foi mais que justificada. A investigação da polícia federal ainda vai mostrar quem eram os verdadeiros baderneiros nessa estória. Não se pode conceber também que jornalistas que não tem compromisso com a verdade exerçam livremente o seu trabalho de informar a sociedade.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Manobras antidemocráticas e mau-caratismo em reunião do CONSUN da UFMA





Barbárie e atitudes antidemocráticas marcaram a reunião do Conselho Universitário na última sexta-feira. O Reitor resolveu aprovar “nas coxas” a inclusão da UFMA no chamado Reuni, programa do MEC para reestruturação do Ensino Superior Brasileiro. O resultado foi a radicalização por parte do movimento estudantil universitário de esquerda com a invasão da sala de reuniões do Palácio Cristo Rei, depois de uma noite acampados para barrar o REUNI. Um dado curioso foi que alunos secundaristas, representados por entidades de aluguel, manifestaram-se favoráveis ao projeto. Uma total falta de bom senso, pois simplesmente não conhecem a realidade da universidade. Tanto os membros da UJS, Fesma e outras entidades estudantis "de Araque" utilizaram a prática política do rebanho de estudantes amilhados a R$ 10,00 e muita cachaça, para tumultuar a sessão.
Os universitários fizeram uma vigília e pela manhã os seguranças da reitoria tentaram impedir a entrada dos universitários, algo que fere a democracia nas instâncias de debate da instituição. Após uma pressão exercida nos portões foi que os universitários conseguiram entrar. Por sua vez os secudaristas, chegaram em dois ônibus para intimidar os universitários. Uma tentativa de criar um conflito que não ocorreu pela surpresa dos próprios secundaristas que chegaram e não sabiam pra onde estavam indo. Houve relatos, que foram gravados, de secundaristas que nem sequer sabiam o que estavam fazendo lá e nem sequer sabiam que havia estudantes que eram contra o reuni. Outros secundaristas receberam a importância de 10 reais pra fazer a baderna. Alguns chegaram visivelmente BÊBADOS, porque pegaram o dinheiro e compraram bebidas alcóolicas!

Para que haja uma sessão do CONSUN é preciso que ela seja convocada com pelo menos 72h de antecedência, O que não aconteceu. Os Conselheiros que iriam votar nesse projeto rídiculo e malfeito, nem tiveram tempo de apreciar o documento, que diga-se de passagem, estava incompleto! Não é assim que se faz democracia. Eles receberam o documento com 24h de antecedência! Não é assim que se faz democracia. O reitor e sua quadrilha de conselheiros e delinquentes estudantis tentaram de todas as formas barrar a entrada dos universitários na reunião. A professora Cláudia Durans pediu vistas no processo. Mais uma vez os conselheiros impediram a manobra. Indivíduos que ocupam cargos na reitoria agrediram os universitários com socos e pontapés. Membros da UJS, Fesma e Ubes entraram na confusão pra bater e empurrar os universitários!
A Associação dos Professores da Ufma (Apruma) entrou com um recurso pedindo a anulação do processo. “Nós entendemos que o prazo para a reunião do conselho foi desrespeitada”, disse Welbson Vale Madeira, presidente da Apruma.
Para o estudante do curso de História William Washington de Jesus a reunião do Conselho não foi representativa. “Não aceitamos a decisão deste conselho, pois entendemos que ele não é representativo”.
A Confusão da última sexta mostra a quantas anda a política acadêmica desenvolvida e implementada pelo MEC e a maneira como a atual gestão à frente da Universidade trata assuntos de grande relevância para a comunidade acadêmica. é lastimável ver o CCH e o CSSO jogado às traças e os centros da área médica gozando do grosso das verbas federais. É lastimável ver a chance que a universidade perdeu em eleger uma pessoa que conhece os problemas da UFMA por que vive a realidade cotidiana da sala de aula. É lastimável ver entidades estudantis pelegas contrariarem o grito da estudantada. É lastimável ver os secundaristas se meterem nesse assunto da pior forma, sendo cooptados e usados como massa de manobra. Diante do festival de lastimações, o ponto positivo foi a a voz ativa dos estudantes ao repudiarem esse festival grotesco de picaretagem e manobras antidemocráticas. É preciso radicalizar as ações para enfrentar o festival de lastimações que assolam a nossa Universidade.