terça-feira, 30 de março de 2010

O chororô apenas começou


Não passa de chantagem psicológica as informações que dão conta de que Sarney estaria articulando uma alteração do resultado do encontro estadual do PT maranhense. Afirmo: Não há a mínima possibilidade que seja de haver alteração no resultado formal obtido no sábado. O resto não passa de jornalismo de vontade, chantagem psicológica ou de chororô de quem perdeu.

segunda-feira, 29 de março de 2010

ELES NÃO VÃO USAR NOSSA ESTRELA


Parabéns aos 87 bravos companheiros que honraram com seus votos, a militância petista no último sábado.
Parabéns aos heróis da resistência, aos que acreditam na democrcia, na liberdade, na história do PT e que conhecem a história do Maranhão.
Alguns estão pagando o preço por sua coerância, por sua lealdade e pela força peculiar aos heróis.
Mas, no fundo o que todos sentem é a alma lavada, a cabeça erguida, a espinha ereta e o coração tranquilo.
Vencemos, companheiros!
Estamos todos orgulhosos, animados, felizes com essa batalha.
Há uma guerra pela frente, mas pra quem nunca teve medo de lutar e de ser feliz, será apenas mais um desafio.
Vamos adiante, combater o bom combate!
Um vencedor não foge à luta.
Obrigada a todos os delegados que disseram não à Roseana, Sarney e sua trupe.

Giovana Gema
Jornalista - 9964-3024

sexta-feira, 26 de março de 2010

Nada de novo do lado velho do Maranhão. A esquerda tem um Maranhão à construir!


Não há nada de novo no cenário das articulações em torno das eleições estaduais de 2010 que possa mudar o quadro que se aproxima. O PT deve compor um bloco de esquerda com PCdoB e PSB, tendo Flávio Dino como candidato à governador, indicando o vice-governador, Bira do Pindaré ao Senado e com uma chapa proporcional bastante competitiva. A Mídia sarnezista do sistema mentira (anagrama para mirante) alardeia desde cedo um cenário irreversível de aliança com PMDB fruto da reunião de ontem entre a governadora e a executiva do PMDB e ala ligada à Whashington Oliveira no PT maranhense. Mas tudo não passa de um truque midiatico em que a vontade política de seus patrões interfere na trato e na veiculação objetiva da realidade, preceito fundamental de qualquer jornalismo sério. Não há que se dar credibilidade alguma ao jornalismo de vontade da mirante.
Roseana propôs de concreto a secretaria de Minas e Energia, Educação e a vice ao PT, este último ponto desde que o partido apoie o carcará João Alberto ao Senado. Não é nada de mais para um acordo que visava construir uma participação protagonista do PT no governo ilegitimo de Roseana. É menos que a participação petista no governo Jackson. Mesmo em nome do pragmatismo não nenhum argumento que solidifique um entendimento sério sobre a construção de uma aliança com a oligarquia no Maranhão. Há nesse ponto imediatismo. Roseana joga todas suas fichas no PT por que sabe que sua carreira política depende do controle da máquina administrativa maranhense. outra derrota eleitoral seria uma pá de cal no Roseana Política, a guerreira. Por outro lado a candidatura Flávio Dino tem todas as chances de vitória e com um programa e um discurso de esquerda é capaz de eleger deputados federais e estaduais e construir uma outra página na história política do Maranhão.
Portanto a maioria dos delegados petistas deverá mesmo escolher pelo caminho do protagonismo, da coerência histórica, da luta contra a opressão e pela construção de um projeto de desenvolvimento democrático-popular que tire o povo da miséria, democratize e modernize o Estado, promova reformas estruturais e sepulte definitivamente a oligarquia Sarney.
Essa é a tarefa que a História relegou à esquerda maranhense. Tarefa essa que o Brasil espera com grande expectativa.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Não ao PMDB de Roseana Sarney!!!


do blog do Cristiano Capovilla
Nos dias 26 e 27, sexta e sábado, os delegados petistas escolherão entre a aliança com a decadente oligarquia sarneísta ou com os setores progressistas, democráticos e de esquerda do nosso estado. Essa decisão muito interessa ao povo do Maranhão que acompanha, ao seu modo, o desenrolar dos acontecimentos. De um modo geral a população observa com surpresa essa viragem do petismo no rumo de Sarney. Sua parte mais ativa, os movimentos sociais organizados, sindicatos de trabalhadores rurais e urbanos, intelectuais, artistas e religiosos se expressaram em diversos e grandiosos eventos sobre o absurdo desse desvio de direita no PT.

Nessas últimas semanas o debate político em torno da opção pelo PMDB, que até então transcorria nos bastidores, ganhou ares públicos e, finalmente, apareceram os argumentos e as pessoas. Uma parte do grupo liderado pelo Deputado Washington defende a tese que uma aliança com Sarney no Maranhão se sustenta apenas por “ordens partidárias nacionais”. Esse seria o argumento da “questão nacional” e é repetido como um mantra que, ao invés de iluminar, tudo encobre sob a capa da “Dilma presidente”.
O problema é que com o avançar da oposição pública a essa tese, inclusive dentro da própria CNB, logo ficou claro que por baixo do manto “Dilma Presidente” havia negociações e acordos que envolvem participar do pequeno governo de Roseana Sarney. Já agora às vésperas da reunião, o discurso cristalizou-se: “vamos participar do poder!” (olha que a eleição nem ocorreu!), “vamos mudar por dentro o sistema oligárquico!” Exclamaram os mais empolgados.

Essa dificuldade pública da apresentação da tese de aliança do PT com Sarney e seus fâmulos, demonstra que o grupo do Washington perdeu o debate político no meio dos trabalhadores e da sociedade civil organizada, deixando a tarefa de explicar essa aliança aos meios sarneístas de comunicação. E por qual razão essa tese foi derrotada politicamente? Porque a aliança com o PCdoB demonstrou ser mais benéfica e trazer as maiores vantagens para o PT! É isso que pretendo expor abaixo.

Vantagens políticas da aliança do PT com o PCdoB.

Unidade interna do PT. Em 2006 a ala de Washington apoiou Flávio Dino para prefeito com um programa de “construir uma alternativa política democrática, progressista e de esquerda que crie condições de derrotar as facções intra-oligárquicas que sempre mandaram no Maranhão”. Agora, em 2010, o Deputado Domingos Dutra também aderiu a esse programa. Portanto, aliança em torno da candidatura de Flávio Dino governador unifica as alas do PT na construção de um campo político que rompa com as práticas oligárquicas em nosso estado.

No Maranhão são melhores dois palanques para Dilma. A instância máxima do PT, o Congresso Nacional, deliberou sobre a plena possibilidade de dois palanques para Dilma nos estados. Essa proposta derrotou por ampla maioria a que defendia o “PMDB como aliado prioritário”. A única rejeição ficou por conta das alianças com o PSDB e o DEM. É exatamente isso que devemos seguir no Maranhão: deixar o PMDB, DEM e outros da mesma natureza ter um palanque para Dilma e criar o palanque da esquerda com PT, PCdoB, PSB e ainda, quem sabe, atrair o PDT, uma vez que sua direção nacional também “liberou do palanque único”, mas não do apoio à candidatura da Dilma. Portanto, a opção pela aliança popular e de esquerda favorece e amplia os apoios à Dilma, caso contrário, palanque único, esses apoios tendem a diminuir.

A coligação de esquerda elege muito mais. Com um programa de mudanças e transformação do Maranhão igual ao que lula e Dilma fizeram e farão no Brasil, um candidato ficha limpa, que materialize essa esperança de renovação e transformação, teremos amplas chances de eleger Flávio Dino governador, senadores, deputados federais e estaduais. Coisa que não aconteceria em outras coligações. Até porque a oligarquia hegemônica detém a maioria das vagas de deputados estaduais e federais e não vão abrir espaços na janela para quem está entrando agora no ônibus lotado!

Manter a coerência histórica. O PT sempre teve um discurso anti-sarneísta. Independente do mérito dessas críticas, o PT do Maranhão construiu essa marca histórica e, de alguma forma, essa posição se transformou em patrimônio do partido. Devemos ao PT e às suas profundas relações com os movimentos sociais à denúncia das graves injustiças e crimes cometidos pelo sistema de poder oligárquico do qual o grupo hegemônico extrai sua força política. Ao propor uma aliança que contradiga esse patrimônio petista, coloca-se em risco toda essa luta construída ao longo desses trinta anos. Ao se aliar com Sarney no Maranhão o PT perde sua identidade própria.

A opção ideológica. Já demonstrei em artigo anterior que a aliança tática com o centro (PMDB) para ganhar e governar o Brasil não se confunde com as transformações profundas que o país necessita. Não vai se esgotar nessa aliança tática o rompimento com os grilhões do neoliberalismo, embora ela seja feita com a intenção de acumular forças e crescer para propiciar às condições dessa virada. Não podemos confundir a tática de ganhar e governar com a estratégia de crescer e criar condições para transformar o Brasil. A tática é particular ao momento. A estratégia deve estar dentro da tática fornecendo sentido às ações imediatas, como a imanência do universal no particular. A verdadeira luta pela transformação social é uma bandeira histórica das esquerdas e não pode, de uma hora para outra, ser arriada em nome de uma conjuntura particular. Assim, mais uma vez, a aliança com o PCdoB é também melhor ideologicamente para o PT.

Conclusões.

É por tudo isso que a tese da aliança do PT com Sarney perdeu o debate político. Isso está claro para a maioria do povo. Não quer dizer que essa tese esteja derrotada. Mas diz muito sobre o futuro do PT caso essa aliança seja aprovada mesmo sem argumentos políticos, históricos e ideológicos. Isso porque, aquém do que foi apontado acima, só resta o jogo bruto e estúpido dos interesses individuais, da utilização da máquina pública como moeda de troca por apoio político e de vãs promessas que jamais serão cumpridas. É em nome das verdadeiras vantagens e benefícios que a aliança com o PCdoB traz objetivamente ao PT, é que temos a certeza que esse é o melhor caminho para o povo do Maranhão.

Por fim, faço minhas as palavras do Professor Wagner Cabral ditas no Ciclo de Debates “Alternativas Populares e Democráticas para o Maranhão”: “logo veremos, portanto, com que cores os delegados petistas pretendem pintar o futuro dos trabalhadores e trabalhadoras do Maranhão”. Espero que escrevam com tintas vermelhas e que lá esteja: “Vai avançar, vai avançar, a unidade popular!”.

segunda-feira, 22 de março de 2010

12 teses e ½ sobre a conjuntura do Maranhão



Wagner Cabral da Costa
Historiador / UFMA


1. Nunca é demais lembrar o ponto central das disputas políticas no Maranhão, do ponto de vista democrático de esquerda, que é o enfrentamento da mais velha oligarquia do país. Esta foi a tônica predominante nas últimas décadas, com seus acertos e erros, sucessos e derrotas.
2. Filha direta da ditadura militar, a oligarquia se manteve no poder durante quatro décadas em virtude, em primeiro lugar, das relações com o poder central, com o que teve e tem acesso a cargos federais e verbas públicas, manejados visando preservar e ampliar seu poder. Dos militares, apoiou a Nova República (do PMDB de Tancredo Neves), passando depois pelo PSDB de Fernando Henrique e agora pelo PT de Luís Inácio.
3. Sua ideologia é não ter ideologia, abraçando qualquer idéia, desde que oriunda do centro de poder, num governismo e adesismo congênitos que a transformaram desde sempre numa oligarquia “de uso exclusivo da Presidência da República”. Numa eventual vitória tucana em 2010, logo a veremos reconvertida ao credo do PSDB, dando-lhe sustentação política e governabilidade.
4. Em outro ângulo, a oligarquia também é produto e patrocinadora minoritária do processo de modernização conservadora da economia. Processo levado adiante pelo grande capital nacional e estrangeiro, com o apoio decisivo do Estado, e que transformou o Maranhão num corredor de exportação de produtos e insumos básicos, ao custo da superexploração dos trabalhadores, da destruição da agricultura familiar, da explosão dos conflitos no campo, do assassinato de lideranças populares, da destruição do meio ambiente. Nesse sentido, a oligarquia é expressão e aliada orgânica do grande capital.
5. A modernização conservadora também modificou parcialmente as bases de sustentação da oligarquia. Pois, ao lado do patrimonialismo (uso da máquina federal e estadual, nepotismo, clientelismo e corrupção), a oligarquia se constituiu em grupo econômico, com ramificações mafiosas em setores-chave da economia e do Estado nacional (vide as Minas e Energia), laços com empreiteiras e construtoras (corrompendo licitações e contratos), além da imensa fortuna familiar (visível e invisível).
6. O quase monopólio dos meios de comunicação de massa é outro componente da estrutura oligárquica, um controle direto (Sistema Mirante) ou indireto (aliados políticos e financiamento da mídia por verbas públicas). Estruturou-se dessa forma um Ministério da Mentira (MiniMent), espalhado na TV, no rádio, em jornais e na internet, cuja função é fabricar falsas verdades e distribuir falsas ilusões de progresso e desenvolvimento. Com a aproximação do período eleitoral, passou a vigorar o “vale-tudo”, com a divulgação sistemática de falsas notícias e pesquisas, de boatos e mexericos fabricados para comprometer seus adversários e críticos.
7. A violência e o medo formam ainda um dos sustentáculos da estrutura oligárquica. A violência física e simbólica voltada contra os trabalhadores e suas organizações, contra políticos e partidos da oposição. Alimenta-se a crença de que o chefe oligárquico é um Deus onipotente e onipresente, que tudo pode e tudo quer. No entanto, a imagem divina de um mestre de marionetes apenas esconde a fragilidade de toda essa estrutura de poder, sustentada não na consciência popular, mas na coerção, no clientelismo, na compra de votos, no abuso de poder político, econômico e midiático. A oligarquia é apenas a caricatura de um falso Deus.
8. Por outro lado, a trajetória das oposições tem sido múltipla, fragmentada e sem continuidade, por diversas razões que convém brevemente examinar. Em primeiro lugar, pelo espaço ocupado por dissidentes da oligarquia, cuja ruptura se deu por questões menores, pois em sua maioria são meros parricidas, que pretendem eliminar o deus-oligarca apenas para ocupar o seu lugar, repetindo a estória do José que substituiu o Vitorino. Ou ainda retornando ao ninho da oligarquia ao primeiro sinal de adversidade e à primeira promessa de benesses, pois se trata de uma classe política majoritariamente patrimonial e governista.
9. O exemplo do governo deposto pelo golpe judiciário do TSE deve ser retomado. Eleito num Condomínio de forças políticas contraditórias, tanto conservadoras quanto progressistas, o governo pedetista optou por privilegiar o atraso, afastando-se das esperanças e aspirações populares. O sentido parricida logo se revelou no projeto de substituir a velha oligarquia e não avançar na perspectiva da democratização da política e da participação popular, promovendo um governo de efetivas reformas. Nada disso aconteceu e pagamos todos hoje o alto preço da opção pelo atraso, com o retorno ilegítimo da filha oligarca ao poder.
10. Ainda quanto à trajetória das oposições, verificou-se historicamente um amplo processo de cooptação no seio dos setores e partidos do campo democrático e popular. Cooptação de lideranças, militantes e partidos, que foram absorvidos e depois aniquilados pela máquina política da oligarquia. Em lugar de comemorar, devemos lamentar tais trajetórias, já que, se tivessem permanecido na luta, outro seria o quadro político e outras seriam as possibilidades de transformação do Maranhão. Assim, muito nos preocupa, nesse momento, que companheiros do PT estejam cogitando aliar-se com a oligarquia, em nome de um projeto nacional que, por todos os pontos de vista, não ficará comprometido se a decisão tomada for pela construção de uma candidatura do bloco de esquerda e progressista. Não há um único argumento a favor da aliança com a oligarquia que não tenha sido refutado no debate público estabelecido nas últimas semanas. Mas se o debate político já foi ganho, o jogo de bastidores e o processo de cooptação continuam...
11. A hora, portanto, é de preocupação. Mas principalmente de conclamar todos esses companheiros e companheiras a rever sua posição pró-aliança com a oligarquia, a rever sua opção pelo atraso, pois a construção de um novo Brasil não pode se dar ao custo da preservação do velho Maranhão!. Em nome de suas próprias histórias de vida e das histórias de todos os combatentes sociais desse estado, que lutaram e morreram em nome das idéias de democracia e transformação social, não se deixem seduzir pelo canto de sereia da oligarquia, que agora promete cargos e votos, apenas para cooptá-los, utilizá-los e depois jogar todos vocês fora. Não troquem sua história nas lutas e nos movimentos sociais para virar a chupa da laranja. Não se tornem o bagaço da cana, depois de bem triturado na moenda da Casa Grande do José. O juízo da história é implacável, como nos lembra o poema de Bertold Brecht:
Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis!
12. Nesse espírito de (re)construção da unidade política do campo democrático, popular e progressista é preciso avançar também na construção de uma cultura política democrática, que supere a luta fratricida que tanto custou e ainda custa para o avanço das forças de esquerda em nosso estado, e que só serve aos interesses dominantes. A construção do protagonismo da esquerda passa também pela recomposição dos laços internos entre tendências e facções, num jogo de colaboração onde todos ganham politicamente, ao passo em que constroem coletivamente alternativas populares e democráticas para o Maranhão.
12 e ½. Para finalizar, aos que eventualmente estranharam o título de minha intervenção no debate, gostaria de dizer que a 13ª tese será escrita pelos delegados do PT em seu Encontro Estadual. Logo veremos com que tintas os companheiros pretendem contar a sua história. Se pretendem ou não continuar imprescindíveis às lutas sociais, construindo o protagonismo das forças de esquerda e aproveitando as possibilidades abertas na atual conjuntura para a derrota da oligarquia no campo eleitoral e a formulação de um projeto alternativo para o Maranhão.
Logo veremos, portanto, com que cores pretendem pintar o futuro dos trabalhadores e trabalhadores do Maranhão. Sinceramente, contamos que seja um futuro onde se desmascare o falso deus e onde possamos cantar, com Mercedes Sosa: “Gracias a la vida, que me ha dado tanto”. Pois, mais uma vez, a ESPERANÇA terá vencido o MEDO!



Wagner Cabral da Costa
Historiador / UFMA

quinta-feira, 18 de março de 2010

Sobre a situação da UEMA


UEMA: Fim de romance a farsa
http://araujofrancisco.blogspot.com/2010/03/uema-fim-de-romance-e-farsa.html
Como num doce sonho de verão o sarneysismo histórico da UEMA, de mãos dadas, com o sarneysismo envergonhado da UEMA levaram as lideranças sindicais dessa Universidade a crerem que tudo seria feito e de forma favorável as suas categorias. Os líderes sindicais foram levados ou se deixaram levar?



ATO 1 - Após a saída de Jackson o movimento sindical na UEMA entrou num grande e profundo silêncio. Ninguém dizia nada e o silêncio reinou. Pensei em escrever um texto com o seguinte título: Quem tem medo de salário? Mas como não milito sem trabalhar ou estudar... o final de semestre me tirou tempo e recursos para tal.



Mas, sob as sombras das acácias e sobre os tapetes vermelhos, muito desses senhores, donos da vontade coletiva, andavam com seus padrinhos e tutores por gabinetes e salas palacianas. Faziam o que? Negociando. Nada contra, faz parte. Porém, para muitos, isso estava num grau mais elevado, estavam no céu do regime da “conciliação”. Um êxtase político para alguns! Principalmente para o oportunismo carreirista do Sarneísmo Envergonhado da UEMA!



O Secretário Luciano Moreira recebeu até uma medalhada!



ATO 2 – Aparece, na UEMA, uma tabela de reajuste salarial para os professores com as seguintes promessas em anexo: Lado A – a tabela ia ser implantada imediatamente; Lado B - o PCCS dos servidores da UEMA seria aprovado imediatamente.



Diante dessa “conquista” surgiram diversos autores, padrinhos e influentes que ajudaram na confecção e na articulação junto ao Governo. Cada um reivindicava para si essa vitória. “Eu falei com fulano”, “Eu fui diretamente falar com a...” etc.



Na proposta dois, no seu Lado B estava inserida uma fabulosa e gorda IMPOSIÇÃO: “A TABELA TEM QUE SER ACEITA PELOS PROFESSORES PARA QUE O PCSS DOS SERVIDORES SEJA APROVADO LOGO.”



Os argumentos das lideranças se apoiavam na necessária solidariedade dos professores para com os servidores. Mas pergunto: a solidariedade só podia ser efetivada sob a forma de uma submissão? E sob uma clara coação?



A proposta foi aprovada como um ato de solidariedade aos companheiros servidores. Um verdadeiro sucesso, principalmente para os articuladores Sarneísmo Envergonhado.



Hoje, pela manhã, os portões da UEMA amanheceram fechados. Motivo: O PCSS dos servidores ainda não foi aprovado. O GOVERNO NÃO CUMPRIU A PROMESSA. Enfim, o romance das lideranças com o sarneísmo envergonhado parece estar rompido nesse momento.



ENFIM, NÃO PODE MAIS HAVER DÚVIDAS DE QUE OS DONOS DO PODER ESTÃO DE VOLTA AO TRABALHO, vide o MODUS OPERANDI.

terça-feira, 16 de março de 2010

Por que PCdoB e não PMDB


por Cristiano Capovilla
“A tarefa é grande
mal bastamos.
É preciso primeiro refazer a vida,
uma vez refeita
poderemos cantá-la”

Maiakóvski



A questão nacional.

O PCdoB compreende que é necessário avançar nas conquistas do governo Lula. Para tanto, o único caminho possível é a eleição da Dilma Rousseff à presidência da república. Caso contrário, como sempre tem ocorrido desde a redemocratização, às forças neoliberais retornariam ao centro do poder da república, e isso, como sabemos, são de tristes lembranças para nosso povo e nossa nação.

Portanto, cabe aos comunistas em 2010 eleger Dilma e aprofundar as transformações que o Brasil necessita, ou seja, superar os verdadeiros entraves para um desenvolvimento sustentável que favoreça a maioria trabalhadora. Acreditamos que somente num governo democrático, com socialização do trabalho e da renda, as forças progressistas e de esquerda crescerão, pois a discussão política se eleva ao programático, às saídas objetivas para os dilemas da nação. O PCdoB tem um programa para apresentar, por isso muito interessa esse ambiente de discussão. Para os comunistas isso faz parte do movimento de crescimento e acumulação de forças. Participar dessa batalha e vencer as eleições é a principal tarefa do PCdoB em 2010.

Com esse objetivo definido, entendemos que para ganhar às eleições e construir a governabilidade em um continente chamado Brasil, o PMDB é chave, porque atualmente ocupa o papel de centro do espectro político nacional, sendo sempre disputado pela direita neoliberal e pela esquerda. Por cumprir com esse papel o PMDB sempre se divide em uma maioria governista e uma minoria da oposição. Ter a maioria do centro político para ganhar e governar é uma ação tática coerente que têm relações com os objetivos estratégicos. A tese de eleições plebiscitárias favorece a distinção dos campos que realmente disputam o poder central no país, obrigando o centro a se posicionar.

Mas, então, se o PMDB é de importância fundamental para vencer e governar, qual a verdadeira importância da esquerda na coalizão que elegerá a Dilma? Ora, a esquerda deve ser a força política que dá sentido ao programa e ao futuro governo! A questão da conquista do centro político, principalmente do PMDB, é um movimento coerente da tática política frentista, é condizente como movimento para se atingir determinado objetivo, mas não se confunde com o objetivo em si. É a esquerda que deve dar sentido a qualquer governo de esquerda. Essa é a questão estratégica!

A aliança tática com o centro para ganhar e governar não se confunde com as transformações profundas que o Brasil necessita. Não vai se esgotar nessa aliança tática o rompimento com os grilhões do neoliberalismo, embora ela seja feita com a intenção de acumular forças e crescer para propiciar às condições dessa virada. Não podemos confundir a tática de ganhar e governar com a estratégia de crescer e criar condições para transformar o Brasil. A tática é particular ao momento. A estratégia deve estar dentro da tática fornecendo sentido às ações imediatas, como a imanência do universal no particular. Quem confunde esses dois movimentos políticos distintos (mas não separados) é reformista ou oportunista!

O caso da coalizão da Concertación no Chile é emblemática: após vinte anos de governo, a coalizão de centro esquerda estagnou nas ações políticas de transformação do país. Isso levou a descrença do povo com o processo político mudancista. O resultado foi à eleição em 2010 do filhote da ditadura e empresário Piñera. De certa maneira, o que a Concertación fez foi à adoção de políticas sociais para tentar diminuir o abismo existente entre a população mais pobre, a classe média e os mais ricos do país. Essa política foi aprofundada, principalmente, no governo da Presidente Michelle Bachelet. Entretanto, não foram adotadas medidas que pudessem solucionar os problemas em sua essência. Foram tomadas medidas paliativas para resolver questões estruturais. O resultado foi a volta da direita.

Cabe aos companheiros da esquerda saberem distinguir a aparência da essência do fenômeno político por qual estamos passando, sob pena de perdermos com o tempo a conexão entre os elos mudancistas, populares e de esquerda que compõe o atual cenário da sucessão nacional.

Como diz o companheiro André Singer do PT: “Desde há muito o PMDB deixou de ter apego a um programa. Talvez uma análise minuciosa mostre que o ciclo programático do partido se esgotou quando promulgada a Constituição de 1988. Desde então, a sigla se transformou em um condomínio de lideranças regionais, com as mais diversas inclinações". Ainda sobre o PMDB diz: "A ausência de um ideário comum possibilita maior flexibilidade na ocupação de espaços de poder. Tanto apóia a opção neoliberal do segundo mandato de Fernando Henrique quanto o caminho desenvolvimentista do segundo mandato de Lula. Nunca se ouviu falar de um debate interno ao partido sobre os diferentes projetos que tais governos representam".
Essa é a diferença entre a opção tática e a estratégica.

A questão local.

É um grande equívoco defender a tese de que a melhor aliança para Dilma é com Sarney. Como foi dito acima a questão central da eleição da Dilma é o crescimento e o acúmulo de força dos setores progressistas, democráticos e de esquerda, para realização das tarefas estratégicas que o Brasil precisa. Essa é a essência da coalizão. É esse o seu sentido maior. Portanto, para sermos coerentes com a questão nacional, é imperioso que entendamos que não cabe ceder espaços políticos para o PMDB. O PMDB não precisa de espaços políticos no Maranhão. Pelo contrário. Os têm até demais.

Aqui, pela peculiaridade maranhense, é mais necessário criar e fortificar o campo de esquerda, estratégico, do que “doar” espaços políticos para Sarney. Porque a aliança do PT com Sarney no Maranhão é somente transferência do espaço social petista à influência patrimonialista da velha oligarquia.

A transformação da tática de “ganhar o centro”, o PMDB, em condição estratégica para o Maranhão, não se sustenta do ponto de vista da lógica da política. A política coerente é aquela que aproxima a tática da estratégia. Pois bem, tanto do ponto de vista tático (ajudar a eleger Dilma) quanto do ponto de vista estratégico (dar um sentido de esquerda ao seu governo) a aliança do PT é com o PCdoB e com O PSB! A opção pelo PMDB perde sentido tático quando vem para o plano estadual, uma vez que a questão estratégica (a aliança da esquerda) aqui está sendo prejudicada ao ceder espaços políticos para o PMDB.

A absolutização da aliança com os sarneístas contraria a lógica política da esquerda. Fere os objetivos essenciais da coligação que elegeu Lula e irá eleger Dilma. Fragmenta ainda mais o PT. Dificulta a aliança estratégica das esquerdas no Maranhão. Não contribui para a superação do modo oligárquico e patrimonialista que as carcomidas oligarquias sempre utilizaram para tornar esse estado refém da miséria.

Conclusões críticas.

O PCdoB já se aliou com Roseana com o meu consentimento enquanto dirigente. Era outro momento em outra época. Não havia unidade nas esquerdas do Maranhão. Ao contrário dos que pensam que isso é uma fragilidade do PCdoB é, antes, uma autoridade para nós dizermos que independente das promessas de Roseana ou Sarney ao PT, a constituição interna do sistema oligárquico deglute qualquer pretensão mudancista, democrática ou de esquerda que se pretenda implementar. Nem que Roseana quisesse mudaria o sistema oligárquico historicamente constituído do qual nutre seu poder. O PCdoB pode falar de alianças com Roseana. Já tivemos essa experiência. Não recomendamos ao PT.

Agora, diferente de antes, temos a possibilidade concreta de consolidarmos um pólo de esquerda que rompa com as oligarquias patrimonialistas que infestam o aparelho público e que crie condições de novos atores políticos exercerem com dignidade republicana o poder no estado e nas cidades maranhenses. O PT não pode dar essa guinada à direita contrariando a essência do projeto nacional que elegeu Lula e elegerá Dilma presidente do Brasil.

Conclamo aos setores mais esclarecidos do PT a manter-se coerente com o projeto nacional, construindo sua réplica progressista aqui no nosso estado. Junto com o PT, o PCdoB, o PSB e outros, temos todas as possibilidades de elegermos uma grande bancada de proporcionais, senadores, o governador e a ampla maioria dos votos para Dilma Rousseff. Esse é o único projeto coerente que deve ser defendido pelo bem do povo maranhense.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Professor Francisco Gonçalves divulga Carta aos delegado(a)s ao Encontro do PT do Maranhão

O Professor do curso de comunicação social da UFMA Drº Chico Gonaçalves esclarece nesse fundamental texto os motivos que levam os partidos de esquerda do Estado à pela primeira vez verem realizadas as condições históricas e eleitorais para construção de um pólo de poder à esquerda e a construção de uma maioria política que modernize o Estado, derrote o atraso patrimonialista da oligarquia Sarney e tire o Maranhão do atraso.



"Prezada delegada ao encontro Estadual do PT,
Prezado delegado ao encontro estadual do PT
Qualquer que seja a decisão do próximo encontro estadual, o PT tende a ocupar um lugar político, ideológico e eleitoralmente decisivo nas eleições de 2010. As negociações nacionais para a construção da aliança de sustentação da candidatura Dilma posicionam o PT regional no centro do cenário político-eleitoral. As negociações regionais colocam o PT diante do dilema de legitimar o passado ou projetar o futuro. Variáveis regionais e nacionais precisam ser balizadas para efeito de qualquer decisão. Para contribuir com a qualidade e a ampliação do debate, apresento três questões, uma imbricada na outra, sobre o cenário político-eleitoral.
1. Embora Roseana mantenha a liderança da corrida eleitoral e tenha crescido nas últimas pesquisas, existe um sentimento latente de mudança, que devidamente mobilizado será capaz de alterar a lógica eleitoral. O perfil do eleitorado maranhense, segundo pesquisas qualitativas, pode ser caracterizado do seguinte modo: cerca de 30% do eleitorado a priori votam na oposição; cerca de 40% votam na candidatura sarneysista; e cerca de 30% são eleitores flutuantes, que serão disputados por Roseana Sarney e por candidatos da oposição. Este perfil do eleitorado maranhense torna o resultado eleitoral incerto por duas razões, de acordo com a análise do especialista em pesquisa eleitoral Juliano Corbellini: a) por trás da liderança de Roseana nas pesquisas, existe uma realidade “subterrânea” e uma configuração estrutural do tabuleiro maranhense que indica uma eleição em aberto, cujo destino pode ser mudado a depender dos atores e suas estratégias; b) no bloco dos 30% de eleitores flutuantes, que não são nem pró e nem anti Sarney, predomina a simpatia pela idéia de mudança e de renovação da política maranhense. Pesquisa qualitativa indica também a existência de um espaço eleitoral generoso para um candidato que simbolize a renovação da política maranhense. Perguntados sobre a principal característica de um candidato a governador, os entrevistados se referem ao quesito “honestidade” como o mais importante, chegando a 28%. Dos três possíveis candidatos ao governo (Roseana, Jackson e Flávio), é a imagem de Flávio Dino que mais se aproxima desse desejo do eleitor. No quesito honestidade, Roseana apresenta 01,5% de menção como motivadoras de voto, e Jackson 04,9%. No quesito confiança, 01,5% e 04,9% respectivamente. A partir destes dados, Corbellini faz a seguinte análise: a) Jackson e Roseana são candidatos que conjugam a movimentação de uma máquina populista e clientelista e uma imagem de “competência administrativa”, ou seja, uma motivação raciona; b) Flávio Dino, por sua vez, é o candidato que se diferencia por ter consigo a bandeira da honestidade, e por poder mobilizar o sentimento de mudança e renovação que existe na opinião pública maranhense, ou seja, a motivação do seu voto está mais no terreno da emoção, que é mais poderoso do que a razão numa batalha eleitoral. Estes mesmos dados, com alguma variação, também são base de análise do PMDB na montagem do cenário regional. A leitura desse cenário permite afirmar que a aliança PT-PMDB, no plano regional, possibilitaria ao grupo Sarney atingir simultaneamente três objetivos: a) consolidar a vinculação da candidatura Roseana à imagem e às conquistas do governo Lula, que tem sido um dos motores do seu mais recente crescimento nas pesquisas; b) impedir o surgimento de uma candidatura capaz de arregimentar os eleitores anti-sarneysistas e mobilizar o sentimento de mudança dos eleitores flutuantes; c) implodir qualquer perspectiva de construção do campo democrático e popular no Maranhão e qualquer mudança na correlação de forças regional, um dos fatores de sustentabilidade do grupo Sarney no cenário nacional.
2. A decisão do PT do Estado do Maranhão em construir uma candidatura capaz de unir o campo democrático e popular e mobilizar o desejo de mudança da população maranhense não colocará em risco a aliança nacional e a base de sustentação da candidatura Dilma. Diferentes pesquisas acadêmicas confirmam que o grupo Sarney se sustenta em três pilares: a) a mediação entre as esferas estadual e federal a partir do controle dos cargos federais no Estado e do controle de setores estratégicos no governo federal, a exemplo do setor elétrico; b) a utilização da máquina pública a favor de interesses privados a partir do controle do governo estadual, através do qual é possível (i)mobilizar os eleitores em torno de uma candidatura; c) a disputa das mentes e corações a partir do controle das agências midiáticas (rádio, jornal, televisão, portal de internet), que dão forma a espaços públicos na sociedade maranhense. Para a reprodução do grupo Sarney é vital tanto o controle do governo estadual, como o controle da mídia e de setores estratégicos do governo federal. Embora Sarney e os seus aliados sejam chaves na montagem da aliança com o PMDB, a voracidade desse grupo tem reduzido a presença do PT no governo e a ampliação da base de sustentação do governo petista com outros atores sociais. No segundo mandato de Lula, por exemplo, os petistas na região foram gradativamente excluídos de posições estratégicas no governo federal, como Eletronorte e INCRA, e substituídos por políticos e/ou profissionais vinculados ao grupo Sarney. A mudança na correlação de forças política e eleitoral no Estado tende a contribuir para a alteração, a favor das demandas dos movimentos sociais, da base de governalibilidade do próximo governo e para a consolidação de novo bloco de poder no Maranhão. O grupo Sarney não romperá com a candidatura Dilma caso o PT regional decida se manter no campo democrático e popular, já que isto implicaria em abrir mão de uma de suas bases de sustentação, às vésperas de uma eleição competitiva e incerta. Do mesmo modo, a decisão do congresso nacional do PT em reconhecer a possibilidade de dois palanques nos estados em que não for possível reproduzir a aliança nacional, o desgaste da figura de Sarney no cenário nacional em razão de uma sequência de escândalos e a sua voracidade por cargos federais, o papel do PCdoB na base de sustentação do governo Lula nos dois mandatos e a crescente liderança de Dilma entre o eleitorado maranhense retiram do cenário qualquer possibilidade de intervenção do diretório nacional no diretório regional. A decisão de coligar com o PMDB ou com o PCdoB e o PSB depende, neste momento, mais da vontade dos militantes e dirigentes locais do que de injunções nacionais. Ou, será que o PT não deve levar em conta os cenários regionais e suas imbricações nos cenários nacionais para tomar essa decisão? Por exemplo, a aliança com o PMDB pode levar o partido a uma intensa disputa interna, com perca de significativas bases políticas e eleitorais. A aliança com o PCdoB e o PSB cria condições para a unidade partidária e ampliação da base democrática e popular da candidatura Dilma, com profundos efeitos na base de apoio do próximo governo.
3. As últimas eleições já demonstraram que é possível e viável a constituição de um novo bloco de poder no Estado do Maranhão, comprometido com a mudança e a renovação e sensível às demandas dos movimentos sociais. Não é novidade para ninguém, que nas últimas décadas cresceu o eleitorado de oposição no Estado e que o grupo hegemônico na política maranhense vem passando, nas últimas décadas, por uma série de cisões. A última crise no grupo Sarney levou ao rompimento com o grupo liderado pelo então governador Zé Reinaldo e de lideranças como Edson Vidigal. Esta crise possibilitou a eleição de Jackson Lago (PDT) e a formação de um governo com forte e determinante influência de setores dissidentes do grupo Sarney. A composição e a concepção política do governo Jackson, no entanto, contribuíram para a aplicação de medidas antipopulares e o distanciamento do governo das demandas populares, com redução de popularidade. É neste cenário que o PT e o PCdoB, em um gesto de ousadia e generosidade política, reeditam a frente democrática e popular na disputa da prefeitura da capital, levando o seu candidato para o segundo turno contra candidatura de João Castelo (PSDB). Naquela ocasião, o PT e o PCdoB souberam interpretar e dar conseqüência ao desejo de mudança e renovação presente no eleitorado da capital. Hoje, os partidos do campo democrático e popular lideram cerca de 50% do eleitorado da capital nas pesquisas de opinião, com capacidade de ampliação. Esta disputa eleitoral, classificada pelas lideranças do PT como estratégica na construção de um novo bloco de poder no Estado, demonstrou a viabilidade da frente democrática e popular e revelou os espaços abertos para projetos de renovação. Hoje, todas as pesquisas indicam que os eleitores anti-Sarney e os eleitores flutuantes simpáticos à mudança e a renovação formam a maioria dos eleitores. O PT, junto com o PCdoB e o PSB e com uma candidatura capaz de expressar e mobilizar esse sentimento, pode transformar esse desejo de mudança e renovação em maioria política e eleger o próximo governador do Estado do Maranhão, comprometido com as demandas populares e democráticas e com a governabilidade do futuro governo Dilma. Caberia ao PT renunciar à possibilidade de construir uma nova maioria política no Maranhão para ser apenas coadjuvante de um jogo cujos jogadores o eleitorado deseja ver fora de campo? Durante três décadas o PT insistiu na tese da construção de uma frente de caráter democrático e popular. No momento em que essa possibilidade ganha materialidade histórica e eleitoral, caberia ao PT renunciar a esse projeto para renovar o passado e comprometer o futuro da população maranhense? Parece-me que este é o dilema ideológico, político e eleitoral do PT, parido e criado na tradição da esquerda, cuja característica é a defesa da igualdade na diversidade, a luta pela emancipação humana e a mobilização social como formação de novos sujeitos. Ou seja, a candidatura do campo democrático e popular, como apontam as pesquisas e as últimas eleições, é viável tanto do ponto de vista político como eleitoral. O PT não está sem opção. O PT tem a opção de refundar o passado ou renovar o presente.
No mês de março, o encontro estadual do PT decidirá a tática eleitoral. Você e os seus companheiros de chapa participarão dessa decisão, que atinge os filiados e o povo do Maranhão. Desejo a você e aos seus companheiros que não deixem de mirar a estrela mais alta, aquela que anima as nossas esperanças e impulsiona a defensa das idéias que dão sentido ao nosso partido, o Partido dos Trabalhadores. Nos próximos dias, as pressões serão intensas a favor de uma tese e outra. Em momentos como esse, penso que o hino da nossa terra continua sendo uma boa referência para quem sonha que o mundo pode ser melhor, melhor para todos: “a liberdade é o sol que nos dá vida!”.
Abraços do amigo e companheiro,
Francisco Gonçalves da Conceição"

terça-feira, 9 de março de 2010

MANOEL CONCEIÇÃO: SINÔNIMO DE CORAGEM, DE LUTA E COERÊNCIA



O administrador de empresas e militante petista, Silvio Bembem, fala sobre a trajetória de vida e luta política do líder camponês e fundador nacional do Partido dos Trabalhadores, o maranhense Manoel da Conceição.

Silvio Bembem: “Manoel da Conceição é um orgulho para a esquerda socialista brasileira”
Leia o artigo, abaixo.

Com esse artigo presto minha homenagem a uma das mais importantes e respeitada liderança da luta camponesa, sindical, ambiental, popular e política do nosso Brasil, fundador do PT, da CUT – Central Única dos Trabalhadores e Presidente de honra do PT/MA.
Manoel Conceição Santos nasceu em 1935, no distrito de Pirapemas, numa comunidade chamada Pedra Grande, no Maranhão, na época era município de Coroatá. Sua origem é de camponeses e agricultores pobres, sua avó descendente de indígenas, seu pai descendente de africano e a mãe descendente de brancos portugueses, uma mistura de raça. Desde cedo, ele e os irmãos aprenderam a manejar o facão e a enxada na lida diária da agricultura familiar, plantando arroz, feijão, milho, mandioca, frutas, verduras. As letras e a escola ficaram para depois, como era comum no meio rural maranhense, onde o analfabetismo campeia até hoje. Foi aprender a ler já adulto, numa carta de ABC e na Bíblia, mesmo sem freqüentar a escola. Manoel Conceição é casado com a assistente social e advogada Maria Denise Barbosa Leal, e vive na cidade de Imperatriz/Ma é pai de quatro filhos: Raquel Pinto; Manoel da Conceição Filho; Mariana Conceição; e Rosinha que faleceu com 20 anos vítima de um acidente de trânsito em Recife-PE, onde residia e tinha formação em História. Na cidade de Imperatriz fundou o Centru - Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural entidade que atua na defesa do meio ambiente e tem como objetivo contribuir na formação política, cultural, ideológica e econômica no campo.
Mané, como é carinhosamente chamado pelos amigos e companheiros (as) de luta, nunca deixou de sonhar com um mundo melhor. Com um mundo com democracia e respeito aos direitos humanos como um valor nobre. Sempre buscou entender o porquê da grande ambição do homem em querer tudo só para si. Sempre sonhou com uma sociedade com justiça, liberdade e vida digna para a classe trabalhadora do campo e das cidades. Sempre buscou saber qual a causa do desrespeito ao meio ambiente, com a destruição dos nossos recursos naturais, buscou entender por que a terra não pode ser de quem produz. Questões que sempre preocupam e até hoje move a militância de Mané.
Defensor da água, da fauna e da flora Mané tem dedicado mais de cinco décadas de sua vida na construção de um mundo aonde o centro seja o respeito à vida de todos os seres vivos do nosso planeta Terra.
Na luta pela terra ele foi ferido na perna por um tiro de espingarda e depois jurou que a partir daquele dia dedicaria sua vida à luta contra o latifúndio. Na região de Pindaré-Mirim, Manoel Conceição fez curso sobre sindicalismo promovido pelo MEB- Movimento de Educação de Base, ligado à igreja católica. Em 1963, fundou o primeiro Sindicato de Trabalhadores Rurais do Maranhão -STR em Pindaré-Mirim.
No ano de 1964 com o golpe, os militares assumem o poder do país. Foi o fim da democracia. Os partidos políticos foram dissolvidos. Mandatos de senadores, deputados, governadores e prefeitos foram cassados; sindicatos fechados e líderes sindicais perseguidos, presos e exilados. Estudantes, jornalistas, artistas e intelectuais foram torturados e muitos mortos. O governo cria a figura dos senadores “biônicos”. Neste período Manoel Conceição foi preso cinco vezes, na cadeia de Pindaré até cair no mundo, passando a resistir na clandestinidade. Em 1966, o senador José Sarney fora eleito governador pela UDN, Manoel voltou a Pindaré. Sarney prometia criar leis que acabassem com os conflitos no campo. Em informações levantadas, isso não aconteceu. O que se constatou foi que os animais dos grandes fazendeiros continuavam a invadir e destruir roças e os agricultores que continuavam a revidar, matando as reses.
Em entrevista com Manoel Conceição ele conta que “no dia 13 de julho de 1968, durante uma reunião na sub-sede do Sindicato, em Anajá, na região do Pindaré-Mirim, policiais chegaram atirando. Fui ferido a bala na perna direita e novamente preso. Depois de seis dias na cadeia, sem tratamento, parte da minha perna gangrenou e teve que ser amputada. Na época, Sarney me ofereceu vantagens materiais para que ficasse calado, mas recusei e respondi ao Governador uma frase que ficou famosa: Minha perna é minha classe”.
Para reiniciar a caminhada, Manoel contou com apoio dos camponeses e dos companheiros da Ação Popular, que angariaram recursos que garantiu o tratamento da perna e a colocação de uma prótese mecânica, em São Paulo.
Em 1969 Manoel fez uma viagem à China e lá conheceu Mao Tsé-tung com quem conversou sobre o Brasil. Na China também fez um curso de política.
Depois que voltou a andar, Manoel retornou a luta em Pindaré, onde os sindicatos estavam fechados, muitas pessoas perseguidas e outras presas pelo Exército. Mesmo assim, ele e os companheiros que resistiram, reorganizaram entidades e criaram várias cooperativas para eliminar os intermediários que ficavam com todo o lucro da produção. A repressão militar aumentou no início da década de 1970 contra os trabalhadores rurais da região de Pindaré, no dia 2 de janeiro de 1972 prenderam novamente Manoel Conceição e o levaram para São Luís, onde passou um mês na cadeia, recebeu visitas de padres e foi na época entrevistado por um Jornal. Durante esse período foram muitas prisões e torturas. No dia 11 de setembro de 1975 Manoel foi solto e ficou sob proteção da Anistia Internacional, que providenciou seu exílio em Genebra, na Suíça, para onde partiu em maio de 1976 na companhia da mulher Denise. Durante três anos e sete meses, que foi refugiado político na Suíça deu uma entrevista à jornalista Maria Galano que resultou em um livro “Essa terra é nossa”, traduzido para o francês, no qual relata sua trajetória na luta pela reforma agrária e na resistência à ditadura no Brasil. No exílio conviveu com vários brasileiros entre eles o educador popular Paulo Freire, de quem se tornou amigo, o bispo D. Fragoso em 1977.
Com anistia em 1979, Manoel e outros exilados políticos retornaram ao país, daí retoma sua participação na reorganização da Ação Popular, ajuda na fundação do PT, em São Paulo, do CENTRU em Recife (PE) e Imperatriz (MA), onde reside até hoje. Também criou a Central de Cooperativas Agro-Extrativistas do Maranhão. É um defensor na Economia Solidária, da organização e do empoderamento da classe trabalhadora.
No ato de fundação do PT, colégio Sion, em São Paulo, no dia 10 de fevereiro de 1980, Manoel Conceição foi um dos seis primeiros signatários do manifesto de criação do PT, juntamente com o escritor e líder socialista Mário Pedrosa, o Historiador Sérgio Buarque de Holanda, a atriz Léila Abramo, o educador Moacir Gadoti (que assinou em nome do Educador Paulo Freire), Apolônio de Carvalho, combatente na Guerra Civil Espanhola e na Resistência Francesa e um dos líderes dos movimentos da resistência popular no Brasil. De volta ao Maranhão, no final de 1985, Mané tem estado muito vivo nas lutas atuais, com a convicção de quem vai participar ainda em vida da derrocada do modelo oligarca instalado há mais de 40 anos no nosso Estado. Manoel participou do movimento de resistência contra cassação do ex-governador Jackson Lago (PDT) ocorrido em abril do ano de 2009.
Em 2004, Manoel Conceição Santos fora o vencedor na categoria Liderança Individual do prêmio Chico Mendes na sua 16.ª edição. Em 2008, recebeu a medalha Ordem do Mérito do Trabalho Getúlio Vargas recebendo tal comenda, em Brasília das mãos do amigo, militante e médico Jackson Lago. A premiação é uma forma de reconhecimento ao trabalho e à importância do serviço prestado no controle social das políticas públicas de trabalho, emprego e renda em benefício dos brasileiros.
No 4.º Congresso Nacional do PT, realizado no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília, no período de 18 a 21 de fevereiro de 2010, acompanhei in loco, o quanto Manoel Conceição é querido e já tem seu nome na História política do país. Na oportunidade, quando acontecia à posse da nova Direção do Partido dos Trabalhadores, o ex-presidente Ricardo Berzoini, quando do seu discurso de despedida, fez um breve resgate da Fundação do PT e depois solicitou que alguns dos principais sujeitos dessa História que se encontrara presente no auditório ficassem de pé e lá estava Manoel Conceição. Mané, você está na galeria de lutadores por um mundo melhor, como: Zumbi dos Palmares, Luiza Mahin, Mahatima Ganghi, Antônio Conselheiro, Negro Cosme, Martin Luther King, Malcon X, Ernesto Guevara, Chico Mendes, Irmã Dorothy, Padre Josimo, Leonel Brizola, Miguel Arraes, Herbeth de Souza (Betinho), Maria Aragão, Milton Santos, Zilda Arnes, Nelson Mandela, Abdias Nascimento, João Francisco dos Santos, Neiva Moreira, Luiz Inácio Lula da Silva, e tantos outros.
Como reconhecimento pela sua história de coragem, de luta e coerência, o advogado e dirigente do PT/MA Bira do Pindaré apresentou proposta na primeira reunião do novo Diretório Estadual do partido, realizada no dia 27 de fevereiro de 2010, para que Manoel Conceição fosse escolhido como o presidente de honra do PT/MA, o que fora aprovado por unanimidade pelos 51 membros da direção. Manoel Conceição tem sido objeto de filmes, pesquisas acadêmicas, artigos em revistas, jornais e livros. A Professora Doutoranda Helciane de Fátima Abreu Araujo (UEMA), em sua dissertação de mestrado, intitulada “Memória, mediação e campesinato. As representações de uma liderança sobre as lutas camponesas da Pré-Amazônia Maranhense”, faz uma análise das representações dessa liderança sobre a sua história de vida. Recentemente foi lançado outro livro cujo título “Manoel da Conceição – Lutador das liberdades da classe trabalhadora” que serviu de referência bibliográfica para o presente artigo.
Manoel Conceição, você nos orgulha e nos motiva a continuar na luta. É como explicita o livro VALE A PENA SONHAR, do seu amigo de luta Apolônio de Carvalho “Em tempos de globalização, como vivemos, em que os produtos e os capitais estão em toda a parte, desconhecendo fronteiras, há os que lutam para que os ideais de justiça e igualdade também se globalizem”. Manoel Conceição é um desses.
Atualmente Manoel Conceição, com 74 anos de idade e com a saúde debilitada, aguarda resultado do processo que move contra União, desde o dia 22 de fevereiro de 2007, em função das várias torturas que fora vítima pelo Estado totalitário e repressor do Governo militar.

*Administrador, com Especialização em Sociologia das Interpretações do Maranhão (UEMA), Foi Secretário-Adjunto de Estado da Igualdade Racial do Governo Jackson Lago, é Bolsista do Programa Internacional de Pós-Graduação da Fundação Ford. E dirigente do PT/MA.

domingo, 7 de março de 2010

nem na hora de ir ao estádio



Os sinais da incompetência tucana à frente da prefeitura de São Luís se fazem presentes até no grande momento de lazer e descontração do povo: o Futebol.

Hoje no jogo Sampaio X Santa Quitéria a reclamação foi generalizada quanto às péssimas condições do gramado do estádio municipal Nhozinho Santoa. O pior é que na semana passada retrasada a reclamação dos torcedores e dirigentes de clubes foi quanto às condições da iluminação. E isso depois de uma muito propalada "reforma" do estádio.

algumas perguntas:Quanto já foi gasto na reforma do Castelão? meu palpite é que já daria pra fazer pelo menos um estádio novo em condições de receber jogos da copa do mundo com os recursos que já foram gastos.

Quando o Castelão terá condições de receber jogos profissionais novamente?

Qual a posição do vice-presidente da CBF, Fernando Sarney quanto à situação decadente do organização do futebol maranhense?

meus caros, nem na hora de ir ao estádio escapamos aos auspícios da miséria política que nos cerca.

João Castelo e a cidade que não foi




Passados mais de um ano da gestão tucana de João Castelo à frente da prefeitura de São Luís e os problemas continuam. Esta é uma imagem da rotatória que liga a Avenida Joaquim Mochel à Avenida 1 na Cohab. Por toda a extensão da mesma há uma espécie de vala que não suportou o intenso tráfego de veículos, inclusive pesados, e cedeu abrindo várias crateras que obrigam os motoristas a transitarem lentamente pelo trecho provocando ainda mais engarrafamentos na cidade.





Depois do aumento de passagem a via crucis do cidadão comum que usa o transporte coletivo para se deslocar pela cidade continua. Ônibus caindo aos pedaçoes, motoristas mal preparados, ineficiencia no planejamento dos itinerários, fazendo o cidadão perder muito tempo dentro do oNibus para se deslocar por trechos relativamente curtos, os problemas se avolumam e não há sinais de que a prefeitura esteja trabalhando para amenizar o caos em que se encontra a mesma.

que o cidadão se prepare, ainda há mais tres anos de populismo, cinismo, autoritarismo e sofrimento para o povo trabalhador da cidade.