quinta-feira, 29 de julho de 2010

Coordenação de campanha de Terezinha Fernandes convida para seminário

Companheiras e companheiros

Todos estão convidados para o SEMINÁRIO DA CANDIDATURA TEREZINHA 1312.

DIA: 31/07/2010 - Sábado

Hora: 9:00 (nove) horas (manhã)

Local: Hotel Skina, em frente à praça da Igreja do São Francisco, AV. Castelo Branco, Sala Hortência.


A candidatura de Terezinha Fernandes tem um valor simbólico inestimável neste momento dolorido de nossa conjuntura. Fundadora do PT, sempre manteve sua coerência militante ao lado de uma forte e permanente presença nos movimentos populares, sindicais e políticos, no Maranhão e no Brasil. Realizou um grande mandato na Câmara Federal e agora coloca novamente seu nome para a apreciação do povo maranhense. A firmeza e a dignidade da verdadeira militância do PT estão muito bem representadas na candidatura de Terezinha.

Pelo resgate da história do PT e dos interesses do povo do Maranhão, vamos à luta.

PEDIDO ESPECIAL: Companheiros, vamos fazer o efeito multiplicador. Enviem este convite para suas listas e convidem pessoalmente outras lideranças. Vamos construir juntos um grande Seminário que definirá os rumos da campanha!

Jomar Fernandes, Eduardo Filho, Ivaldo Coqueiro, Balbina de Deus, Paulinho Serra, Iron Santos, Francinete, Bruno Rogens, Zé de Deus, Augusto Lago, Xibé, Silvana, Chico gonçalves, Mary Ferreira, Arimatéia, Marta, Augusto Lobato, Ricardo Ferro, Robson, Colaço, Thayzia, Manassés, dentre outros igualmente bravos companheiros



Maranhão Livre e Justo!
TEREZINHA FERNANDES  -  1312


Deputada Federal

DILMA 13, presidente

FLÁVIO DINO 65, governador

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Depois da ética, o fim da democracia no PT: o inicio do pensamento único na estrela vermelha.

José Antonio Pinheiro Junior (Catatau)*
A história se repete como farsa diz o ditado. A questão é: onde ela se repetirá? E em quais condições? Muitos defensores do ideário democrático, de uma sociedade de livre expressão do pensamento crítico por volta dos anos 80 no Brasil fundaram o PT como perspectiva de uma partido que fosse radicalmente diferente dos até então vigente no país, exatamente pelo seu escopo de permitir que na mudança da conjuntura política houvesse um espaço para a disputa de projetos políticos através do debate de idéias. Seu estatuto, suas eleições, suas convenções, fóruns, encontros e seminários, seriam assim consolidados como o lugar onde as várias forças políticas que sonhavam com a utopia de uma sociedade livre pudessem debater e indicar os rumos do Partido. Nessa ocasião, fruto do acumulo de lutas contra o Regime Militar, conservador e autoritário, o PT reuniu uma pluralidade de pensamentos jamais visto antes na nação sob um mesmo partido, de Trotskystas, anarquistas, socialistas, comunistas, cristãos socialistas, líderes camponeses, lideres estudantis, intelectuais de esquerda, marxistas, todos estavam ali porque acreditavam que o pluralismo baseado na coletividade de um projeto alternativo de sociedade contribuiria para o PT avançar no seio de uma sociedade hegemonizada pelo capital e pela ideologia positivista, individualista, autoritária e conservadora. Em síntese, o PT nasceu sob a égide da liberdade de expressão contra o autoritarismo em busca de uma sociedade alternativa. Alguns anos se passaram de lá para cá, e a luta pelo poder central institucional da República, principalmente, nas duas últimas eleições levou aos “iluminados” dirigentes nacionais do PT que compunham o colegiado pensante da matriz pragmática política hegemonizados pela toda poderosa facção paulista autoritária, a jogar fora, primeiro a bandeira da ética, e agora a da democracia interna do Partido dos Trabalhadores. Bateram o martelo: pelo poder vale tudo. Moral da história: Lula chega ao poder, descobriram o esquema, os amigos íntimos foram jogados aos leões e Lula renova seu círculo de amizade que lhe tira a corda do pescoço, antes da forca. Lula respira, renasce, e pior, retrocede na política, entra em cena, em um enredo já desenhado, o último coronel do Brasil, Sarney, o novo amigo, aliado, antes odiado, agora amado, fiel conselheiro, estava salvo o projeto, o programa, o poder, a ética no lixo. Bom, nem precisa lembrar que foram escândalos e escândalos, mas em nome da pragmática política, do projeto, tudo agora é digestível. Bom, uma vez superado as crises, e a ética varrida para debaixo do tapete do PT restava a democracia interna, último dogma vivo e intocável, inviolável, inegociável até agora a pouco. Antes de mais nada, é preciso recordar que os militantes ideológicos do PT sempre se oxigenaram e se mantinham no PT exatamente por conta da democracia interna. A regra é simples, milenar: uma vez terminado o debate, vamos ao voto, leva o vencedor. A luta pelo voto, pela expressão livre em assembléias remonta a Grécia Antiga, mesmo em sua imperfeição, a tese grega, passando por diversas modificações na história inspira até hoje as reuniões colegiadas, reuniões de sindicatos, trabalhadores, estudantes, camponeses, professores, etc. Em síntese o método se resume no seguinte: colocado em debate as proposições, uma vez esgotado o debate, vamos a votação, vence a maioria, o voto defini que rumo seguir. Os MILITARES claro, nunca aprovariam tal método. E o PT? Pois é, o atual PT nacional do Brasil cego em se manter no poder acaba de aderir ao facismo, ao autoritarismo, quando deixa de respeitar as regras internas e estatutárias do partido ao fazer uma intervenção e não respeitar o resultado do processo político de escolha do Flávio Dino como candidato do PT do Maranhão a governador do Estado. Ao calar o PT do Maranhão, a executiva nacional mostrou sua face mais autoritária e fez do PT um partido como outro qualquer, um partido de coronéis. E claro, esse golpe, lembra um golpe que acabamos de assistir na República. O golpe que a oligarquia Sarney deu no então governador eleito democraticamente pelo povo maranhense, Jackson Lago, é muito semelhante ao agora do PT nacional contra o PT do Maranhão, estão querendo ganhar tudo no tapetão, resta saber quem está ensinado a quem, quem é aluno e professor, se Lula a Sarney ou seu Sarney a Lula, como o bigodudo já tem pós-graduação em golpe político e foi um amigo aliado do autoritarismo no Brasil, então conclui-se que Lula e sua parte do PT são os novos aprendizes do facismo sarneisista. Infelizmente, o paradigma da democracia que guiava o PT caiu por terra abaixo. Eu conclamo todos os companheiros de luta a não desistirem, vamos à luta até o fim, enquanto eles querem Sarney, fiquemos com Mané da Conceição, Terezinha, Dutra, Maria Aragão, Zumbi, Negro Cosme, Gerô. No entanto, fato é fato, o PT nacional em nome do poder ao interferir e não respeitar as decisões dos petistas maranhenses aderiu fielmente ao autoritarismo da direita brasileira, o que é extremamente perigoso para a própria democracia no Brasil. A história se repetiu como farsa, dessa vez, infelizmente, no âmago do PT. Do que teremos ainda de abrir mão em nome do Poder? Muda PT. Ainda é Tempo. Fora Sarney.
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*Professor de Filosofia e Músico.

sábado, 24 de julho de 2010

Secretário de 'Cultura' de roseana demonstra resquícios do autoritarismo da ditadura militar


Ontem, sexta-feira, 23.07.2010, no Holiday, na cerimônia de posse do novo Conselho de Assistência Social o governo do Estado do Maranhão escancarou de vez, publicamente, sua face autoritária e extremamente agressiva.
No inicio da cerimônia a Presidente da Gestão que estava se encerrando, a psicóloga Núbia da Luz Martins Gomes, durante seu pronunciamento fazia um balanço de sua gestão, relatando as irregularidades ocorridas na nomeação dos Conselheiros do Poder Público, quando a Governadora Roseana Sarney desrespeitando o disposto na Lei 6.519/1995,  sancionada por ela naquela ocasião, o Regimento Interno do CEAS/MA e os termos do acórdão do TCU n°. 292/2007, reconduziu a FAMEM, entidade que segundo o parecer jurídico da SEDES não podia constar como conselheira do Poder Público por não se constituir como tal e, que ademais já exerceu mais de dois mandatos o que os normativos citados proíbe, e a conselheira indicada que também já exerceu mais de dois mandatos o que é impeditivo para sua recondução. Para reintroduzir, autoritária e ilegalmente a FAMEM, o ato de nomeação excluiu a COEGEMAS – Colegiado Estadual dos Gestores Municipais de Assistência Social, indicado para a vaga. Além disso, no ato de nomeação vários nomes de funcionários indicados para conselheiros do Poder Público foram trocados sem qualquer aviso ao CEAS/MA, não se configurando irregularidade já que são mesmo indicados pelo Executivo, mas desrespeitando as normas estabelecidas de primeiro o órgão informar ao CEAS-MA e este remeter ao Executivo para a nomeação.
Enquanto a Presidente Núbia fazia seu relato, presidindo a sessão, foi interrompida pelos gritos do Secretário de Estado de Cultura, LUIS HENRIQUE DE NAZARÉ BULCÃO, que dizia ter com muita honra sido nomeado pela Governadora, que estava ali para tomar posse, que desde o inicio estava escutando aquele nhem, nhem, pronunciamento POLÍTICO, que a Presidente não falasse o nome dele, que ele era AUTORIDADE, de dedo em riste, agressivo. Aproximou-se da mesa e enquanto a Presidente tentava educadamente dar-lhe respostas, retomando seu pronunciamento, se tornava a cada momento mais descontrolado.
A conselheira SAN, Ermelinda Maria Dias Coelho, que compunha a mesa representando os Conselhos da área do desenvolvimento social, incomodada se levantou e tentou argumentar no que foi também destratada. Vários participantes tentaram conter o tumulto e o secretário teve que ser contido fisicamente porque se tornava a cada momento mais agressivo.
A funcionária comissionada da SEDES, Socorro, tomou o microfone e pôs-se a falar, e no seu pronunciamento disse que era constrangedor aquele episódio, num ambiente de conselheiros, todos POSSUIDORES DE CURSO SUPERIOR, demonstrando o total desconhecimento da realidade e sua posição discriminadora com relação à esmagadora maioria dos maranhenses que não possuem qualquer formação acadêmica. Tanto pior que seu pronunciamento apresentado como oficial nos leva a concluir que a posição explicitada, discriminadora e preconceituosa, é a defendida justamente pela Secretaria de Desenvolvimento Social, aquela que trabalha ações e projetos para o atendimento dos direitos humanos das camadas mais excluídas de nosso Maranhão.
A Presidente Núbia deu prosseguimento a cerimônia, durante todo o tempo exibindo toda a dignidade e em tom baixo e contido, em visível contraste com os gritos ostentados pelos representantes do Executivo citados. 
E, assim inicia a gestão do CEAS/MA, eivada de ilegalidades e com a clara indicação do Executivo que o relacionamento a ser mantido com o CONTROLE SOCIAL terá caráter de imposição e autoritarismo, onde a discussão não acontecerá e os gritos e a intimidação física serão as ferramentas para o convencimento.
Com Secretários-Conselheiros que não admitem pronunciamentos POLÍTICOS em um Conselho. O que pensa o Secretário Bulcão que se passa nas reuniões dos CONSELHOS?

Ermelinda Maria Dias Coelho
Coordenadora do Fórum Maranhense de Segurança Alimentar e Nutricional.
Conselheira Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Professora da rede estadual de Imperatriz corrobora situação de sucateamento da educação no Maranhão

Concordo com o texto, todo mes o pessoal pensa: e agora vai sair o pagamento. Entao vai até o banco e.....NADA.
Sem salário, salários defasados porque o professor contratado faz o mesmo serviço que o efetivo e ganha menos da metade. Escolas até o momento sem professores e sem pessoal adminstrativo, a rede de supervisores pedagógicos caiu mais de 60%. Na gestao anterior havia pelos menos 1 supervisor para cada 4 escolas, hoje é o contrário.
E difícil, mas não dá pra ver os milhões da propaganda de Roseana nas escolas, isso se for na China.

Luciene, professora Imperatriz

terça-feira, 13 de julho de 2010

Professores contratados pelo governo biônico de roseana estão há 4 meses sem receber salários

Sempre afirmei que os professores deveriam receber os melhores salários da república. Infelizmente a realidade não é bem assim. Recebemos um dos piores e para variar professores contratados pelo governo biônico de roseana sarney denuniciam que estão há 4 meses sem receber. Uma verdadeira vergonha para a categoria dos professores. A 'aliada' de Lula não se segue as diretrizes da política nacional de educação que investe pesadamente na universalização do acesso ao ensino médio e profissionalizante e do acesso ao ensino superior. O resultado é que nunca se viu tanto recurso destinado à educação como agora. Infelizmente o Maranhão continua seguindo na contramão do Brasil.

Abaixo a denuncia:

ALÉM DA IMAGINAÇÃO
É triste a situação dos professores e professoras contratados pelo Estado do Maranhão. Somos a maior prova de que o compromisso desse governo é com a propaganda que visa enganar o nosso povo e nunca com o ensino que - como já sabemos - deveria ser público, gratuito e de qualidade.
No inicio do ano nos submetemos a um “seletivo meritório” que, segundo o governo, acabaria com as indicações sem critério que vigorava nos anos anteriores (acho que eles não lembram que no deles também era assim!). Aguardamos então a listagem de aprovados e fomos para as escolas indicadas, acordados por contrato escrito que receberíamos por vinte horas semanais metade do que ganha um nomeado pelo mesmo serviço prestado numa mesma quantidade de horas aulas, o que para mim já constitui-se num tremendo absurdo... Mas atire a primeira pedra quem nunca esteve desempregado e precisou se submeter a algumas humilhações. Às vésperas das férias de julho fomos comunicados que teríamos nosso sagrado descanso suprimido em 17 dias e que as notas de nossos alunos seriam lançadas on-line, o que dobra o nosso serviço burocrático sem que tenhamos qualquer compensação por isso. E pior, nossas escolas na sua grande maioria não tem laboratório de informática, portanto o professor deverá custear mais esse “luxo propagandístico”. O contrato tem validade de dez meses e depois estaremos na rua sem direito se quer a um muito obrigado, e se algum excedente de concurso ganhar na justiça o direito a vaga que ocupamos na escola somos varridos como se também não tivéssemos feito uma avaliação que comprove nossa capacidade.
Mas nosso suplicio não acaba aí! Todo trabalhador da capital, ou área metropolitana do nosso estado, sabe que pagamos passagens de valor muito alto, por transportes coletivos em condições deploráveis, lotados, que nos causam problemas terríveis de saúde e nos expõem a assaltos e toda sorte de violência (que se fossemos comentar daria outro texto apelativo!).
Além de tudo isso vem o mais grave. Vamos entrar no quarto mês seguido (!) sem receber se quer um único centavo do Estado. Certamente o secretário de educação, o senhor Anselmo Raposo se empolgou demais com o cargo que ocupa e, muito emocionado, acha que estamos num episódio de “Além da Imaginação”. Só assim dá para explicar tamanho desrespeito para conosco.
Como não diria melhor João Cabral de Mello Neto “Um galo sozinho não tece uma manhã”, por isso o secretário antes de ir para a mídia propagandear os grandes feitos de sua nada animadora gestão, num setor estratégico, que caiu de presente no seu colo, deveria lembrar-se que estamos no mesmo barco passageiro, nos aviltar e desmotivar, não lhe logrará frutos. Não vivemos num espaço idílico e bucólico perdidos num canto qualquer da Grécia antiga, gostaríamos de receber nosso ordenado como qualquer trabalhador, afinal, professor também é gente.

ZÉ DA JULIA
(Professor contratado do Estado , no Ensino Médio)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

carta capital expõe as estruturas arcaícas e profundas do modus operandi do judicário maranhense


Deu na Carta Capital: Liderada 

pela Igreja, uma cruzada expõe a 

corrupção entranhada no 

Judiciário

6 de julho de 2010 às 16:35
POR LEANDRO FORTES, DE SÃO LUÍS
Uma cruzada comandada pela Igreja Católica prepara-se para assediar a mais importante cidadela política do clã Sarney no Maranhão: o Poder Judiciário. Senhor das indicações do Tribunal de Justiça, o senador José Sarney (PMDB-AP) está prestes a amargar um ataque generalizado contra apadrinhados de toga que, revezados ao longo de quatro décadas, tem garantido à família governar quase sem oposição no estado. Chefiado pela Cáritas, entidade vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), voluntários maranhenses formaram o Tribunal Popular do Judiciário e prometem fazer barulho no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), às vésperas das eleições.
Entre julho e dezembro de 2009, o Tribunal Popular percorreu cinco regiões do Maranhão em caravanas cívicas dispostas a levar adiante a missão inédita de tomar, filtrar e transcrever mais de 2 mil depoimentos entre a população miserável do estado mais pobre do País. Dessa empreitada de seis meses brotou um relatório com cerca de 600 denúncias, classificadas em 18 tipos, contra desembargadores, juízes e promotores maranhenses envolvidos em crimes que vão do uso ilegal de diárias e abuso de poder à pedofilia.
A iniciativa do Tribunal Popular é um trabalho inédito no Brasil, país onde o aparelhamento político dos Judiciários e das políticas estaduais é a mais antiga e poderosa arma das elites locais para se manter no poder. Movimentos sociais da Bahia, Ceará e Rio Grande do Sul manifestaram à Cáritas o desejo de copiar a ideia dos maranhenses a partir de 2011.
O texto final sobre as sombras do Tribunal de Justiça do Maranhão será encaminhado até 15 de setembro ao ministro Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, para ser apreciado por ele e pelos conselheiros. “Decidimos mexer nos brios desse Judiciário arrogante que só age quando o réu é inimigo da família Sarney, principalmente quando se trata de trabalhadores rurais”, acusa, sem rodeios, Ricarte Santos, secretário-executivo da regional maranhense da Cáritas Brasileira e coordenador do Tribunal Popular. “No Maranhão, o povo e os movimentos sociais têm mais medo de juiz que do demônio”.
Não será a primeira vez que o CNJ se verá diante das mazelas do Judiciário maranhense. No ano passado, o corregedor-geral do conselho, o ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), fez publicar uma auditoria realizada no TJMA, em novembro de 2008, de arrepiar. O então presidente do tribunal, Raimundo Cutrim, havia sido obrigado a reduzir a jornada de trabalho local para poder acomodar todos os parentes e apaniguados de magistrados com direito a contracheque na corte maranhense. Alguns moravam a 500 quilômetros da capital, São Luís.
O desembargador Cutrim é o atual presidente do TRE e, portanto, será o árbitro da sempre conturbada eleição estadual maranhense. Trata-se de evento singular no qual, há 45 anos, o clã do ex-presidente José Sarney sempre ganha, no voto ou no tapetão. Em abril de 2009, Roseana Sarney (PMDB), derrotada em 2006, foi outra vez entronizada no Palácio dos Leões, graças à cassação do oposicionista Jackson Lago (PDT), por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Agora, concorre à reeleição, com apoio formal de um constrangido PT local, contra o deputado Flávio Dino (PCdoB).
Um sobrinho de Cutrim, o promotor José Ribamar Froz Sobrinho, foi beneficiado por uma vaga extra criada no Tribunal de Justiça do Maranhão preenchida por Roseana Sarney. A indicação de Froz Sobrinho (ou “Froz, o Sobrinho”, como é chamado pelas costas) não levou em conta sequer a ficha do candidato, que responde no Ministério Público Estadual a três processos administrativos por coação de testemunha, subtração de papeis públicos e advocacia administrativa. Froz também é sobrinho do conselheiro Edmar Cutrim, ex-presidente do TCE, outro sarneysista de carteirinha.
Até a chegada do CNJ ao Maranhão, dois anos atrás, 120 representações haviam sido feitas contra magistrados maranhenses, sem resultado algum. No máximo, por causa da ação do conselho, cinco desembargadores do Tribunal de Justiça foram obrigados a devolver diárias recebidas indevidamente aos cofres públicos. Entre eles, Nelma Sarney, então corregedora do TRE, cunhada do senador Sarney. Mesma punição foi aplicada ao corregedor-geral à época do tribunal, Jamil Gedeon, por uso indevido de dinheiro de diárias, expediente que tem se revelado um manancial permanente de corrupção no TJMA. Para espanto de quem não vive no Maranhão, Gedeon sucedeu Cutrim e tornou-se, em 2010, presidente do tribunal.
Gedeon fez fama como procurador-geral de Justiça de Roseana Sarney, entre 1998 e 2000, quando passou a ser conhecido como “engavetador” da família Sarney, uma alusão ao ex-procurador-geral da República Geraldo Brindeiro, malfadado pelo apelido de “engavetador-geral da República” de Fernando Henrique Cardoso, por conta do hábito de trancar ações contrárias ao interesse do ex-presidente tucano no Ministério Público Federal. Gedeon também é conhecido no Maranhão como “o Brindeiro que deu certo”, porque ao contrário do desafortunado colega de Brasília, que sonhou em vão ser ministro do STF, o procurador maranhense acabou agraciado com uma vaga de desembargador no Tribunal de Justiça.
O caminhão de documentos e depoimentos produzidos pelo Tribunal Popular do Judiciário revela uma relação feudal entre os magistrados, sobretudo os ligados à oligarquia dos Sarney, e às populações miseráveis do Maranhão. Em alguns locais, como o municípios de Santa Luzia, a audiência pública contou com 500 pessoas numa sala da igreja local, quando se desfiou uma centena de denúncias de prisão, espancamento público e torturas policiais atribuídas ao arbítrio de uma juíza, Maricélia Gonçalves, e de um promotor, Joaquim Ribeiro de Souza Júnior, acusados nominalmente. Em 2008, o fórum da cidade foi incendiado antes da chegada dos fiscais do CNJ, uma literal queima de arquivo, a fim de evitar a fiscalização dos abusos do Judiciário na comarca.
De acordo com o relatório da Cáritas, no município de Maracaçumé, a professora Maria Divina da Silva Araújo foi presa, em 2009, acusada de “falar alto demais” diante da juíza Débora Jansen Castro. Algemada, foi metida em um camburão e levada à delegacia. A professora milita em pastorais sociais e de direitos humanos. Ela só foi libertada depois que a Cáritas encaminhou o caso à Corregedoria de Justiça e à Procuradoria-Geral de Justiça do estado. “O Poder Judiciário, no Maranhão, vive à margem da lei, da democracia e da República”, diz o juiz Jorge Moreno. “É o último bastião do conservadorismo, do atraso e da monarquia”.
Curiosamente, Moreno é o único juiz punido, até hoje, no Maranhão, justamente por ter ousado se contrapor aos interesses da família Sarney. Primeiro, conseguiu, como juiz da comarca de Santa Quitéria, no sertão maranhense, zerar o déficit de registro civil na região. Graças a isso, foi premiado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos e reconhecido pela Organização das Nações Unidas. Ato contínuo, denunciou a apropriação do Programa Luz Para Todos pelo grupo político de Sarney. Resultado: no ano passado, foi aposentado compulsoriamente, acusado de “atividade político-partidária”.
Nem todos os juízes são tratados a ferro e fogo. Em agosto do ano passado, o juiz Marcelo Baldochi, da comarca de Bom Jardim, comandou pessoalmente o despejo de famílias de trabalhadores rurais em terras tomadas por ele. Na desocupação, feita pela Polícia Militar, uma criança de 3 meses teve a perna quebrada quando a mãe foi interceptada por cassetetes da PM do Maranhão. Além disso, Baldochi foi acusado pelo Ministério Público de manter trabalhadores em regime de escravidão na fazenda ocupada, mas foi absolvido três meses depois pelos desembargadores do TJ.
Outro juiz, Fernando Barbosa de Oliveira Júnior, titular da comarca de Barreirinhas, região dos Lençois Maranhenses, é investigado pela Polícia Federal, por participar de grilagem de terras públicas da União na região. Oliveira Jr., fiel à tradição nepotista local, é sobrinho do desembargador Jorge Rachid, também acusado de desviar dinheiro de diárias, no tribunal. A CartaCapital, por e-mail, Rachid afirmou não possuir “nenhuma ligação profissional” com o sobrinho. O juiz acusado de grilagem se mantém no cargo. O funcionário que o denunciou, Pedro Leal, foi obrigado a recorrer ao Progama Federal de Proteção a Testemunhas. Outros magistrados encaminharam, via assessoria de imprensa, respostas formais nas quais negam as acusações.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Carta aberta do petista Bira do Pindaré sobre as eleições 2010


Após muita reflexão, comunico que decidi ser candidato a deputado estadual, número 13100, e peço seu apoio.

Não foi fácil. Todos sabem que me preparei para ser candidato ao Senado. Tinha tudo pra dar certo. Entretanto, a imposição da aliança com o PMDB do Sarney impediu essa possibilidade. Fui trocado por Lobão e João Alberto.

Cheguei a pensar em não ser candidato. A tristeza foi grande e a indignação maior ainda. Porém, com o acordo firmado junto à Direção Nacional do PT, pondo fim à greve de fome dos companheiros Manoel da Conceição, Dutra e Terezinha que protestavam contra a decisão de apoiar a candidatura do Sarney, passei a cogitar a hipótese de ser candidato. O Acordo garante a liberdade de fazer campanha para candidatos majoritários do arco de aliança do PT, nos desobrigando da vinculação com a candidata do PMDB.

Confesso que a dúvida foi imensa: federal ou estadual? Ouvi muita gente. Houve muita discussão. No final predominou a idéia da candidatura a deputado estadual.

Aceito o desafio com muita humildade. Sei do potencial e das chances que temos de ser eleito, mas temos que reconhecer que a situação é bastante adversa o que exige esforços redobrados.

Coloco-me à disposição para travarmos essa luta juntos. Da minha parte, tenham certeza que, uma vez conquistado esse mandato, faremos do mesmo um instrumento a serviço dos que lutam e sonham por um Maranhão sem oligarquias, sem medos e sem peias.

Por isso dedicarei minhas forças para a eleição de Flávio Dino Governador do Maranhão, candidato escolhido democraticamente pelo PT maranhense. De igual modo, lutarei pela eleição de Dilma Presidenta, embora desejoso de que ela consiga se livrar dos coronéis, pois o Brasil merece e o Maranhão agradece.

Farei campanha nos 217 municípios maranhenses. Vamos precisar de todo mundo, “um mais um é sempre mais que dois”.

Assim seguirei, honrando a história de Manoel da Conceição, nosso maior líder, sonhando e lutando por uma sociedade socialista e solidária.



Com a bênção de Deus, serei o novo deputado estadual do Maranhão.



Com a bravura de quem não foge à luta e

A ternura de quem aprendeu a sonhar.



Bira do Pindaré

Deputado Estadual – 13100