sábado, 19 de janeiro de 2008

PT e Movimento de Mulheres choram a perda irreparável da valente e doce Ieda Batista



O falecimento da professora e assistente social Ieda Cutrim Batista, Fundadora do Partido dos Trabalhadores e do Movimento de Mulheres da Ilha, é lamentado pela deputada estadual Helena Barros Heluy (PT), a quem Ieda assessorava, por integrantes de seu partido e de outros que militam na esquerda, a exemplo da direção municipal e estadual do PC do B e do deputado federal Flávio Dino que publicou nota de pesar. Ieda Batista cansou após uma rápida batalha contra um câncer devastador e deixou em todos com quem conviveu lembranças e lições de uma mulher ética, mas aguerrida, gentil, mas consciente de seu importante lugar no mundo, sempre brigando pelo direito da mulher ao respeito como ser humano. A professora aposentada da Universidade Federal do Marnahão faleceu na madrugada desta quinta-feira (17), no Rio de Janeiro.

"É difícil entender o mundo sem Ieda”, comentou a deputada estadual Helena Barros Heluy.

Entre outras inúmeras atividades que desempenhou com maestria, ela integrou o primeiro movimento organizado de mulheres em São Luís, foi candidata à Assembléia Constituinte pelo PT, em 1986, e se destacava como conferencista também pela capacidade de discernimento nos debates. Intransigente na defesa da mulher em qualquer circunstância, Ieda Batista se manifestava contra a violência, o machismo, a discriminação e o preconceito com uma firmeza que escapava à simples teoria.

"Ieda Batista viveu para compartilhar o saber que acumulou, ao longo de sua vida. Integrante da Assessoria de Helena, sua competência e formação política pautadas nos princípios de justiça, liberdade e respeito aos direitos humanos nortearam sua trajetória, como militante e como mestra. Assim, tinha a constante preocupação de formar grupos de estudo com toda a equipe do mandato. Assim foi, também, no Partido dos Trabalhadores, como fundadora e militante, dando exemplos de companheirismo e de respeito à luta política partidária. A prudência permeou sua caminhada. Sua dedicação em defesa dos direitos da mulher é um marco de autêntico compromisso com a liberdade e o combate à violência, contribuindo com publicações e como conferencista em muitos projetos de âmbito nacional", disse em um longo depoimento sua companheira de partido, assessoria e militância política na Comissão de Justiça e Paz, Cecília Amin Castro.

O secretário de Estado da Cultura, Joãozinho Ribeiro, também destacou o trabalho e a luta de Ieda no sentido de evidenciar a diversidade cultural dos maranhenses e construir a cidadania das pessoas, além de sua participação, praticamente a vida inteira, na construção do Partido dos Trabalhadores. Segundo ele, há pessoas que combinam diversos elementos de generosidade de caráter e Ieda Batista era uma dessas pessoas.

“Sendo uma pessoa do meio universitário, fincou sua capacidade de luta e de trabalho muito mais nos movimentos sociais e deve permanecer no coração dos seus amigos. Espero que a chama de esperança que ela representou permaneça acesa, pois somos companheiros de vida e arte”, afirmou.

O secretário lembrou, ainda, que, nos últimos 10 anos, Ieda Batista foi um exemplo de luta contra doenças, mas nem assim se afastou dos movimentos sociais.

Do Partido Comunista do Brasil (Comitês de São Luís e do Maranhão) e do deputado federal Flávio Dino veiram também manifestações de pesar ao falecimento da professora e militante política Ieda Batista, unindo-se aos familiares e amigos neste momento de dor e saudade.

"Ieda Batista construiu uma trajetória de lutas marcada pela coerência de princípios e por uma intensa prática militante em vários espaços, como o movimento docente na Universidade Federal do Maranhão, no movimento de mulheres, nos movimentos de direitos humanos e na atividade partidária como fundadora e destacada militante do Partido dos Trabalhadores", diz a nota de pesar do PC do B.

Como o secretário e o deputado federal Flávio Dino, amigos e companheiros de Ieda encaminharam à família, ao Partido dos Trabalhadores e ao gabinete da deputada Helena mensagens de pesar, solidariedade e condolências ante a perda irreparável.

A professora Ieda Batista está sendo velado na Central de Velórios Pax União, localizada na Rua Grande, nas proximidades da Igreja Presbiteriana. O enterro ocorrerá às oito horas da manhã deste sábado (19), no Parque da Saudade, no bairro Vinhais.



A superintendente do Ibama, Marluze Pastor, escreveu o belíssimo texto que segue abaixo.



NASCE UMA ESTRELA



"As mulheres do Maranhão perdem um ser político, feminista, corajosa, ética.

E os céus ganham uma ESTRELA...

Conheci Ieda nos idos dos anos 80, eu era dirigente da Sociedade de Diretos Humanos e ela do Grupo de Mulheres, no Grupo de Mulheres da Ilha e em outros espaços do movimento social convivemos por muito tempo, dessa convivência eu aprendi muito mais.

De vez em quando ela surpreendia com a disposição de construir novas trilhas, e assim foi a candidatura a deputada federal, a pesquisa sobre a invisibilidade da mulher na luta pela reforma agrária.

Das mulheres das florestas vem a certeza da eternidade do espírito...

e que para ela foi reservada um lugar aconchegante" (Marluze Pastor)

domingo, 13 de janeiro de 2008

Lobão Ministro? Ministério com os bigodes de Sarney e o Cérebro de Dilma

Não será nada fácil a missão do senador Edison Lobão, caso venha realmente assumir o Ministério de Minas e Energia.

Em primeiro lugar vai ter que conviver com os senadores José Sarney e Roseana tomando as decisões e ele só assinando os documentos, se bem que com isso já está costumado.

além disso terá a marcação cerrada da ministra-chefe da casa civil Dilma Roussef, que além de não ser simpatica à indicação de Lobão (deve ter seus motivos), preferia efetivar alguém de sua total confiança e que fosse um técnico ao invés de um político, o que deixaria também o empresariado paulista ligado ao setor energético mais satisfeito.

Dilma conseguiu manter todos os postos de segundo escalão do ministério, para a tristeza principalmente de Sarney que pretendia emplacar Astrogildo Quental para presidir a eletronorte.

Ao que parece Lobão será uma espécie de rainha da Inglaterra , com muita pompa, muitos salamaleques, mas poder mesmo que é bom, quase nenhum.

(fonte: Blog do Ricardo Santos)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Por uma Reforma Tributária Justa!


Do Tendências & Debates, da Folha.

Por uma reforma tributária justa

JOÃO PEDRO STEDILE, DEMÉTRIO VALENTINI, JOSÉ ANTÔ-

NIO MORONI e EMIR SADER

Defendemos que o "corte de gastos públicos" incida sobre o superávit
primário e o pagamento dos juros da dívida pública

AS CLASSES dominantes fizeram uma articulação e, por meio dos seus
parlamentares no Senado, conseguiram derrubar a CPMF (Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira). Logo depois, aprovaram a
continuidade da DRU (Desvinculação de Receitas da União), que permite
o desvio de 20% da receita da União. Com isso, recursos podem ser
utilizados sem controle para o pagamento de juros, em vez de em
investimentos sociais.

A questão fundamental é que a CPMF era um imposto que taxava
principalmente os mais ricos -70% da sua arrecadação vinha de grandes
empresas e bancos. Além disso, impedia sonegação, fraudes e desvios.
Com a derrota no Senado, o governo federal tomou a iniciativa de
aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e a CSLL
(Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e retomou a cobrança do
imposto sobre as remessas de lucros para o exterior.

Essas propostas foram acertadas e justas, atingindo sobretudo os
bancos, o sistema financeiro e as empresas estrangeiras, apontando
para o combate à desigualdade social e para o desenvolvimento
nacional. Mais uma vez, as forças conservadoras se movimentaram e,
tendo à frente a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo) e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), fizeram uma
campanha mentirosa contra as propostas do governo, com suporte da
Globo, dos Democratas e do PSDB.

De um lado, mentem quando afirmam que os mais pobres serão afetados
por esses impostos e, de outro, escondem que as taxas de juros
exorbitantes cobradas pelo sistema financeiro são o maior custo das
compras a prazo. Calam-se porque são beneficiados por esse
instrumento.

Diante disso, organizações populares e sindicais, intelectuais e
religiosos defendemos que o "corte de gastos públicos" exigido pelas
classes dominantes incida sobre o superávit primário e o pagamento dos
juros da dívida pública, que é a maior despesa do Orçamento da União
nos últimos dez anos.

Trata-se de uma transferência de dinheiro do povo para bancos e
especuladores. Em 2007, o governo federal gastou R$ 160,3 bilhões em
juros, valor correspondente a 6,3% do PIB (Produto Interno Bruto), que
representa quatro vezes o investimento nas áreas sociais. Precisamos
de uma verdadeira reforma tributária, que seja eficaz e progressiva,
incidindo proporcionalmente à renda e à riqueza. Atualmente, 70% dos
impostos são cobrados sobre o consumo e apenas 30% sobre o patrimônio.
É preciso diminuir o peso sobre a população e aumentá-lo sobre a
riqueza e a renda. Além disso, é fundamental a redução da taxa de
juros básica usada como referência para o pagamento dos títulos da
dívida pública com grupos financeiros.

Os bancos, por sua vez, deveriam baixar as escandalosas taxas de juros
cobradas dos consumidores e das empresas, que inviabilizam o crédito
para o crescimento do país.

Poderiam eliminar as taxas de serviços, que rendem por ano R$ 54
bilhões. Outra forma de aumentar a arrecadação sem prejudicar o povo
com cortes no

Orçamento é acabar com a Lei Kandir, que isenta do ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços) as exportações agrícolas e
primárias,

prejudicando inclusive as contas dos Estados.

Por fim, necessitamos de uma política permanente de distribuição de
renda e, para isso, será necessário tomar medidas que taxem o
patrimônio, a renda e os privilégios dos 10% mais ricos, que se
apropriam de 75% da riqueza nacional. Só dessa forma poderemos
aumentar as oportunidades de emprego e renda e, sem reduzir a
contratação ou os salários dos servidores, ampliar os serviços
públicos de forma eficiente e gratuita para toda a população,
especialmente em saúde, educação e seguridade social. A sociedade
brasileira não pode se calar diante das pressões dos setores
conservadores e deve se manifestar, utilizando plebiscitos e consultas
como exercício do direito constitucional de decisão do povo sobre
assuntos tão importantes para a vida de todos e o futuro do país.

JOÃO PEDRO STEDILE, 52,

economista, é integrante da direção

nacional do MST (Movimento dos

Trabalhadores Rurais Sem Terra).

DOM DEMÉTRIO VALENTINI, 67, bispo de

Jales (SP), é membro da Comissão

Episcopal para o Serviço da Caridade, da

Justiça e da Paz, da CNBB.

JOSÉ

ANTÔNIO MORONI, 44, filósofo, é

membro do Inesc (Instituto de Estudos

Socioeconômicos) e diretor da Abong

(Associação Brasileira de ONGs).

EMIR

SADER, 67, sociólogo e cientista político,

é secretário-executivo da Clacso

(Conselho Latino-Americano de Ciências

Sociais) e professor da Uerj.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Lançado o Manifesto Pitomba


O lance eh o seguinte:

o mercado cutural da cidade eh praticamente inexistente. carecemos de artistas de qualidade e de meios pelos quais os artistas divulguem suas obras. como o falecido macluhan dizia, "o meio eh a mensagem", a carência de meios no mercado cultural local asfixia a criatividade. no balaio de gato geral que a questão cultural se transformou em nosso estado, sem sabermos se o problema são os artistas ou os meios, eis que surge o Manifesto Pitomba, como grito de uma geração que clama por novos ou alternativos meios para que a cultura maranhense comtemporânea se espraie pelos recondito de nossa realidade. o Manifesto é sintético, mas a mensagem contida é super fodona e abrangente. Reproduzam o manifesto e a idéia.



"super foda-se

01. porque a palavra, já que dita, não é palavra, antes de ouvida.
02. porque se há de ser dito, e se convém que se ouça, que seja dito com cacofatos e microfonias, pra que, assim, quem ouça também diga.
03. porque haja uma leva de gente, por fatalidade geográfica, no mesmo tempo e à mesma inação.
04. porque a informação não se pertence e a posse de ter é a posse de dar e é essa posse que reivindicamos.
05. porque a palavra há de existir para além de quem a diga, mas não para além dela, porque a palavra está para além de nada.
06. porque pra além do caroço, que é quase tudo, existe a casca, que se quebra, e existe a polpa, que se quer.

pitomba!"

sábado, 5 de janeiro de 2008

TSE aprova uso do sistema operacional Linux em urnas eletrônicas para votações já em 2008


Parabéns, TSE! E se alguém ficou surpreso com a decisão, deve ler nosso artigo de dezembro do ano passado: "Urnas Eletrônicas brasileiras poderão ter Linux já nas eleições de 2008" ;-)

Do IDG Now: "O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral autorizou nesta quinta-feira (13) a substituição dos sistemas operacionais VirtuOS e Windows CE para o sistema aberto Linux, adaptado pelo próprio órgão, em todas as 430 mil urnas eletrônicas usadas nas eleições de 2008, que escolherão prefeitos.

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Segundo o tribunal, o objetivo é conferir mais transparência e confiabilidade à urna e ao processo eleitoral. A Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) sugeriu a adoção de um sistema baseado em software livre, adaptado para a urna eletrônica, para facilitar a certificação de confiabilidade e segurança do software usado pelos terminais.

A equipe técnica do TSE, desde 2002, vem realizando testes para viabilização de uma solução de código aberto. Entre as vantagens citadas pelo órgão, estão a possibilidade de usar Linux em todos os modelos de urna, além da transparência e independência oferecidas pelo sistema já que o processo eleitoral se livre de pressões mercadológicas para atualização de versão.

Ainda de acordo com o tribunal, a substituição aumentará a credibilidade das eleições, pois a substituição dos atuais sistemas utilizados por Linux é um fator facilitador para apresentação do sistema na íntegra, incluindo o núcleo, sem as dificuldades impostas pela propriedade intelectual dos criadores."

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Breve balanço Político do Ano que se foi



Feliz 2008

O ano de 2007 está se encerrando e é hora de se fazer um breve balanço. Embora tenha sido um ano difícil, tenho a convicção de que ele termina de forma muito positiva para o Brasil, o governo do presidente Lula e para o PT.

Apesar da derrota da CPMF no Senado, patrocinada pela irresponsabilidade da oposição, o Brasil chega ao fim de 2007 melhor do que começou o ano.

Todos os indicadores econômicos mostram um país melhor, com crescimento da produção, geração recorde de empregos, melhor distribuição de renda, redução acentuada da pobreza, maior acesso ao crédito, fortalecimento do mercado interno, estabilidade monetária, entre outros indicadores positivos.

Esses indicadores confirmam que estamos no caminho certo e que temos tudo para crescer ainda mais em 2008, consolidando esse círculo virtuoso de crescimento que estamos vivendo. Se o Banco Central abandonar sua posição conservadora e retomar o ritmo de redução das taxas de juros tenho certeza que nos próximos anos o país terá um crescimento ainda maior.

É importante destacar que, muito mais do que o Bolsa Família, a grande marca do governo Lula está sendo a geração de empregos. Nunca se criou tantos empregos formais neste país. É a geração de empregos a grande revolução que o governo Lula está patrocinando e que, certamente, irá mudar o país para melhor no final do seu mandato em 2010.

Na área política, vimos a radicalização crescente da oposição que a cada dia que passa deixa claro que não está preocupada com o país. Sua única preocupação é derrotar o governo Lula. Não nas eleições de 2010, mas a qualquer momento.

Com a cumplicidade e o estímulo da mídia, a oposição sonha com um golpe milagroso que desconstrua o governo Lula de uma hora para outra. A oposição, no episódio da CPMF, rompeu o pacto democrático e mostrou seu caráter anti-democrático.

E quem tem dado o tom desse comportamento tem sido a mídia que, mais do que nunca, está revelando seu total engajamento no projeto da oposição que, em certa medida, também é um projeto da mídia.

Apesar disso, o presidente Lula e seu governo fecham o ano de 2007 com elevados índices de aprovação popular, registrados em várias pesquisas de opinião, e com resultados concretos e animadores, não só na economia, mas também nas políticas sociais.

No campo externo, o governo Lula tem fortalecido ainda mais os laços que unem nosso país à América Latina, dando passos concretos para construir a necessária integração latino-americana, como o anúncio de investimentos na Bolívia, a criação do Banco do Sul, a rodovia Inter-Oceânica, a abertura de filial do BNDES no Uruguai e o fortalecimento de relações com o Chile, a Venezuela, a Bolívia, a Argentina, o Equador, entre outras nações latino-americanas.

No terreno político, 2007 deixou ainda mais evidente a necessidade de se construir uma sólida base de apoio do governo no Congresso, mostrando que em 2010, além da batalha para se eleger um candidato ou candidata da base governista, que dê continuidade às políticas do governo Lula, o grande desafio é conquistar nas urnas uma maioria na Câmara e no Senado. Para isso é cada vez mais necessária a unidade dos partidos aliados ao governo.

O PT fecha o ano fortalecido, não só pelo vitorioso processo de eleição direta de seus dirigentes, que reconduziu Ricardo Berzoini à presidência do Partido, mas também pelos promissores índices de apoio popular de seus pré-candidatos às eleições municipais do ano que vem. No Maranhão Dutra venceu Washington e garantiu um PT de lutas e socialista para 2008. Mesmo assim, o partido ainda precisa dar um salto para estar à altura dos grandes desafios que o momento político vai exigir de todos nós.

em breve uma análise sobre a realidade maranhense.