domingo, 29 de maio de 2011

A LAMBANÇA COROADA DE NATALINO SALGADO

Bem vindos a UFMA! entrada improvisada e esburacada
Natalino Salgado assumiu a reitoria da UFMA em 2007, após dez anos à frente do Hospital Universitário, que expandiu e ao mesmo tempo enredou numa série de práticas clientelistas. Logo no início de sua gestão, pressionado pelo MEC e com atraso em relação à maioria das outras universidades federais, impôs a aceitação das regras do projeto de expansão do governo federal (Reuni) sem maiores discussões. E se assim começou, assim continuou. Era preciso não perder o bonde das verbas e promover as melhorias de que a universidade necessitava. Na verdade, estava dado o sinal para a sucessão de trapalhadas que culminaria numa reportagem do Jornal da Globo exibida nesta semana, integrando uma série especial sobre o ensino superior no país e cujo tema eram exemplos de abandono de instalações.
A cena é impagável, o repórter Rodrigo Alvarez está diante do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF), completamente abandonado, devidamente fechado e não podendo ser aberto à reportagem senão com a autorização do reitor. Contactado pelo celular, ele responde de forma quase inaudível que não acha necessário autorizar a entrada, agradece e desliga o telefone com o repórter ainda na linha. Este se dirige em seguida ao prédio da faculdade de Fármácia, no centro da cidade, prédio tombado que está caindo aos pedaços (a exemplo de outro, mais exuberante e importante, onde funcionava o departamento de assuntos culturais) e vai ao Laboratório de Bioquímica Clínica, que encontra desativado. Instada a explicar a situação, a chefe do departamento fala que são sete laboratórios com um orçamento anual de R$ 10 mil! Ao final, vemos a palavra do reitor Natalino Salgado, o homem que, na intuição certeira do repórter, detém as chaves da Universidade Federal do Maranhão. Diz exatamente tratar-se de um prédio abandonado há quinze anos, com equipamentos enferrujados e que não havia necessidade de filmar nada lá, principalmente quando existiriam tantos “projetos estruturantes” nesta universidade que estava passando por “grandes transformações”. Perguntado se não achava que a falta dos laboratórios prejudicava a formação dos alunos, saiu com esta pérola: “eu não tenho nenhum estudo para avaliar as atividades dos nossos alunos depois de formados”. É de espantar, pois estamos falando de laboratórios para cursos de farmácia e bioquímica... poderiam não ser essenciais? E o reitor Natalino Salgado é médico, goza de bom conceito como urologista. A explicação para tal disparate parece estar no seu tão propalado “modelo de gestão”.
Natalino Salgado não deixou passar oportunidade de angariar recursos através da aceitação sem controle dos programas de expansão do MEC, prometendo dobrar o número de alunos da UFMA num prazo muito curto. Tratando das reformas patrimoniais, centralizou as importantes decisões da esfera acadêmica na Pró-Reitoria de Graduação, que passou a distribuir determinações, muitas vezes por cima de suas atribuições estatutárias, lá colocando um professor alheio aos quadros desta ou de outra universidade, no melhor estilo “cargo de confiança”. Paralelamente foram se esvaziando os conselhos universitários, de maneira que decisões de suma importância como a definição dos horários e do planejamento acadêmico quase foram alterados drasticamente de uma canetada, este último implicando em grande perda para as atividades de pesquisa. Já vimos este filme inúmeras vezes, um círculo restrito de professores burocratas transforma tudo em números e gráficos, trata a universidade como se fosse uma coisa só, desconhece seus problemas e nem quer ouvir as unidades, acha que tem um modelo ideal, que, no caso, é apenas tentar se ajustar de qualquer forma às metas acordadas com o MEC.
Nestes anos, tornou-se visível que muitas verbas apareceram. Os recursos captados vão a mais de 200 milhões. Sem saber de detalhes dos números, os olhos não param de perguntar como eles foram utilizados, quando vemos várias obras interminadas, algumas se arrastando há dois anos e outras claramente escandalosas, compreensíveis apenas dentro de uma visão da instituição como empresa, onde, como diz o velho ditado, a propaganda é a alma do negócio.
No final de 2008, ano em que os recursos do Reuni começaram a chegar, estava na abertura do Encontro Humanístico, naquela ocasião com a presença do professor Paulo Arantes, quando ouvimos estupefatos o magnífico reitor anunciar em seu discurso uma reforma dos banheiros do CCH, para aplauso da galera. Parecia um político em palanque de interior anunciando obras. Aquela cena dizia muito sobre o estilo em questão. A tal reforma atravessaria mais de um ano em execução e este seria o padrão comum. Elenco apenas aquelas com que deparo no cotidiano: a construção de um prédio pequeno destinado à pós-graduação das ciências humanas se arrastou durante anos; a reforma de banheiros do CCSo, já entrando no terceiro semestre; a incrível obra de antiengenharia que é a construção das rampas de acessibilidade no mesmo prédio, que também já está pelo terceiro semestre, e torna o prédio ainda mais quente quando talvez fosse mais barato instalar um elevador exclusivamente para este fim; a obra do pórtico de entrada, licitada no valor de 400 e poucos mil para entrega em três meses, já estando com pelo menos o dobro, além de todo o plano viário, pois parece que saíram arrebentando tudo ao mesmo tempo sem nenhum planejamento. Algo de importância óbvia para o funcionamento diário de uma instituição onde se movimentam milhares de pessoas é tratado com um simples “desculpem os transtornos” e pelo visto vai atravessar o semestre.
placa anuncia obra da entrada da UFMA
O prédio Paulo Freire, foi “inaugurado”, com festa e presença do ministro, mas ainda está daquele jeito. Prédio que, diga-se, é a expressão da devastação ambiental promovida sem pena pela Prefeitura de Campus nestes anos. É coisa feita sem nenhuma perspectiva ambiental mais ampla, e que só fica bem mesmo nas imagens caprichadas das maquetes. O centro de convenções, a TV universitária, a concha acústica, a nova biblioteca central, a biblioteca setorial do CCH, o auditório central, a fábrica Santa Amélia, todas são obras que caminham muito fora dos prazos. Longe de ser um bom administrador, Natalino Salgado parece ser um mau gerenciador de recursos. A gastança, promovida principalmente através da Fundação Josué Montelo, com certeza não resiste a uma auditoria.
Atento ao que interessa nestes tempos de propaganda e espetáculo, o reitor tratou logo de ampliar a assessoria de comunicação da universidade, a ASCOM, transformando-a em autêntica agência de publicidade de sua gestão. E passamos a receber um jornal com vinte páginas, de que ele se orgulha da tiragem aos milhares, cheio de matérias falando de maravilhas, projetos em andamento e do mundo novo a vir, repleto também de fotos do reitor em setores e ocasiões diferentes. Existia ali clara obsessão com a construção de uma imagem de inovação e empreendedorismo. Recebemos mesmo um kit com dvd mostrando a Ufma como verdadeira potência rumo à excelência, um delírio só. Nos números, jogados em comparações soltas, parece interessante, mas na realidade cotidiana é outra coisa. Aí as instalações são inadequadas, os professores insuficientes, a biblioteca é muito ruim, as salas de aula quentes e desconfortáveis, as salas de projeção foram desativadas, laboratórios sucateados ou fechados, os terminais de computadores seguem insuficientes, não há espaços de convívio, tudo continua feio e destruído. Exemplos de compras mal feitas e desperdício existem aos montes, mas vou ficar com as centenas de bebedouros recentemente adquiridos com a voltagem imprópria.
Academicamente, a expansão à toque de caixa vem criando problemas e gargalos nos cursos, muitas vezes surpreendidos com decisões tomadas à revelia dos colegiados pela poderosa Proen, tendo que operar malabarismos, já cada vez mais difíceis de disfarçar, quando o número de disciplinas sem oferta aumenta e logo vai estourar. No departamento de sociologia e antropologia, por exemplo, que atende a toda universidade, foram cerca de trinta disciplinas sem condições de oferta no semestre em curso. Em dois ou três semestres a situação ficará insustentável. Os Centros continuaram anêmicos e quase sem função, como quer a reitoria e parecem concordar os respectivos diretores, que agem como se não tivessem sido eleitos e sim nomeados pelo reitor. Concordam com tudo e mais alguma coisa, não articulam os cursos e vão apenas tocando o expediente. A investida final é sobre os departamentos, que perderão qualquer autonomia na definição de suas atividades, ou deixarão mesmo de existir, o que já está em vias de ser sacramentado. A expansão da pós-graduação, por sua vez, é feita aos trancos, sem acomodações, com estrutura improvisada e, principalmente, de forma muito isolada, é cada qual por si. Em vez de tentar modificar nossas arcaicas instâncias de decisões no sentido de abrir para a própria comunidade a gestão da universidade, tomou-se decididamente o rumo inverso de concentrar decisões, esvaziar colegiados, uniformizar procedimentos, desconhecendo a realidade efetiva dos diferentes centros. Neste sentido, o “novo marco legal” de que falam desenha uma centralização ainda maior e totalmente contrária aos requisitos de diversificação, autonomia e participação, tornadas apenas palavras constantes nos outdoors.
Por fim, para deixar claro que não convive bem com crítica e opiniões incômodas, o reitor tratou de cooptar o Diretório Central dos Estudantes, com pleno êxito, sendo triste ver um antigo espaço de lutas servindo de agência da reitoria, e chegou a articular uma chapa para tomar a diretoria da Associação de Professores, quase obtendo sucesso na empreitada. Foi por inciativa desta última, aliás, através de ação junto ao ministério público, que finalmente tivemos no início deste semestre as eleições para diretores de centro e chefes de departamento, adiadas sem justificativa há quase um ano. Agiu de forma contrária, célere, quanto à consulta para reitor, processo atropelado com prazo exíguo para registro de candidaturas e poucos dias para campanha. Acima de tudo, era preciso impedir qualquer discussão. Assim, Natalino Salgado seguia em céu de brigadeiro, atropelando tudo, distribuindo em mala direta um luxuoso folder de sua candidatura, papel couche com várias fotos (tudo do que ainda será...) e gráficos, com a propaganda da “gestão de qualidade comprovada”, até a citada reportagem que o pegou no contrapé.
Enquanto se propõe a gastar meio milhão num pórtico de entrada, construir um centro de convenções com auditório de quatro mil lugares e outras prioridades, a reitoria deixa laboratórios e bibliotecas, departamentos e centros à mingua. Se o repórter fosse olhar as tais obras estruturantes encontraria a situação descrita de várias obras inconclusas e sempre com poucos trabalhadores à vista. Tudo fruto de uma forma de gestão que é a própria irracionalidade administrativa. Tal como os políticos, o reitor gosta de atender a pedidos, não trabalha com descentralização de decisões e de recursos, agindo efetivamente como “o homem que detém as chaves da UFMA”.
Duas candidaturas oposicionistas se apresentaram contra essa situação. A professora Cláudia Durans, do departamento de Serviço Social, lançada pela Apruma, e a professora Sirliane, do departamento de Enfermagem. Em que pese o respeito que a primeira merece, a Apruma continuou voltada para dentro de si e não conseguiu articular formas de acompanhamento, denúncia e protesto contra o processo em curso. O nome da professora Sirliane foi uma surpresa agradável, pelo acerto das bandeiras de campanha Gestão Pública, Democrática e Transparente, exatamente tudo o que Natalino Salgado não faz, e por sinalizar novamente, apesar do tempo exíguo e da articulação menor, algo que a candidatura do professor Chico Gonçalves há quatro anos trouxe, a esperança de que os professores, alunos e funcionários desta universidade percebam um dia que podem caminhar fora da canga imposta por círculos que vivem anos a fio trancados nas esferas da administração superior e pouco sabem do dia a dia da universidade, das pessoas que a compõem, de suas dificuldades e necessidades. Esses senhores de casaca vivem vendendo o faz-de-conta e para isto precisam mesmo de muita propaganda, entretanto, chega uma hora que algo de revelador escapa e a realidade fura o engodo publicitário. Foi o que aconteceu no caso dos laboratórios do curso de farmácia na reportagem do Jornal da Globo, que, num lance, pôs a nu a real qualidade da gestão do reitor Natalino Salgado.



Flávio Reis
Prof. Desoc/UFMA

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Polícia para quem precisa: trabalhadores reprimidos e cidadãos sem segurança




Este relato é feito em primeira pessoa e retrata os acontecimentos vivenciados por mim durante as últimas horas em que fui vítima da violência urbana na cidade em que moro, São Luís do Maranhão. Contextualizando:
Polícia reprimi professores
Retomei as aulas de capoeira há uns dois meses como forma de recuperar a forma física, superar o sedentarismo e me proporcionar melhor qualidade de vida. Acertei com o professor Luciano a realização das aulas na sua escola localizada Residencial Primavera nas proximidades do Turú. Inicialmente me deslocava de automóvel do bairro em que moro, a Cohab, para o local das aulas pegando a avenida São Luís Rei de França e entrando no cruzamento em direção ao parque vitória só que em sentido contrário, em direção ao Residencial Primavera. No horário da noite, com intenso trânsito e engarrafamentos a mil, esse pequeno percurso, durava em torno de 40 minutos de carro, depois de muito stress em decorrência da truculência com que a maioria dos motoristas de São Luís encaram o trânsito. Decidi então ir por outro percurso, pegando a Jerônimo de Albuquerque e entrando na via que dá acesso ao residencial Pinheiros chegando até o local das aulas. O percurso foi realizado com menos tempo e stress mas me deparei com outro problemas, os buracos nas vias do residencial pinheiros. Decidi então adquirir uma bicicleta para tirar um carro de circulação, fazer um trajeto em menos tempo e ainda me dedicar à mais uma atividade física.
Com a bicicleta o percurso era feito em menos de 15 minutos. Acontece que voltando para casa no dia de ontem fui abordado por dois sujeitos um armado com arma de fogo que me obrigou à entregar a bicicleta e uma bolsa com alguns pertences. Fui assaltado à mão armada na rua do Jardim de Fátima, onde se localiza o Colégio Freitas Figueiredo. Me dirigi então ao posto de polícia comunitária localizada na praça do rodão bem em frente à igreja católica da Cohab. Lá informei a situação à um soldado de plantão. Ele foi prestativo e me orientou à registrar uma ocorrência no 190 o qual fiz prontamente. Essa ocorrência designou uma viatura para patrulhar a área do ocorrido para captura dos marginais. Esperei por quase uma hora pela viatura. Assim que chegou os dois policiais responsáveis recolheram algumas informações minhas e quase nenhuma acerca dos suspeitos. Eles afirmaram que de posse de algum resultado na busca iriam me contactar. Me aconselharam também à registrar boletim de ocorrência na delegacia mais próxima. Até agora não houve nenhum contato.
B.O: mais uma estatística; criminosos à solta
Hoje de manhã na delegacia fui atendido por um escrivão que registrou a ocorrência. Perguntei sobre a possibilidade de captura dos dois marginais quando o mesmo me informou que era designação do setor de captura me apontando um policial membro desse grupo. Me dirigi ao mesmo e informei sobre o ocorrido. Sem ao menos de deixar concluir o relato afirmou que não fazia parte do grupo de captura, que era pra eu esperar o chefe da captura chegar e saiu com cara amuada para outra sala da delegacia.
truculência contra pais de famíalia
De posse do boletim de ocorrência e do protocolo de atendimento do 190 minha sensação é de que contribui apenas para a inserção de mais uma estatística nos relatórios e no sistema da polícia civil e militar, sem nenhuma possibilidade de recuperação dos meus bens e, pior, de repressão à dois marginais que provavelmente voltarão à cometer assalto à mão armada contra cidadãos de bem desta cidade. Uma burrocracia imensa só pra fazer uma viatura ir atrás de dois bandidos armados.
O pior de tudo é que horas antes grande efetivo da Polícia Militar era usada para reprimir a manifestação legítima dos motoristas de ônibus por melhores salários e condições de trabalhos. A PM tratou trabalhadores e pais de família como marginais só por que estavam no exercício do seu direito de reivindicar condições dignas de sobrevivência enquanto que dois marginais, assaltantes à mão armada eram beneficiados pela imensa burrocracia existente para registrar uma queixa. Poucos dias antes a polícia também usava a força física para coagir professores que também reinvindicavam melhores salários e condições de trabalho.
violência contra trabalhadores
E assim segue a barbárie no Maranhão: o direito de greve indo pro saco, com policiais truculentos prendendo trabalhadores e pais de família enquanto marginais assaltantes desfilam à solto por aí beneficiados pela burrocracia administrativa nos nossos órgãos públicos.  

Sindicato dos Bancários do Maranhão manifesta solidariedade aos motoristas de ônibus de São Luís em greve


Todo apoio à greve dos rodoviários!
A greve dos trabalhadores de transporte urbano de São Luís adentra o 4º dia sem que se tenha chegado a um acordo entre trabalhadores e patrões. Não por falta de interesse dos rodoviários, mas pela ganância dos empresários de transporte que não querem atender às reivindicações da categoria.
Por outro lado, o Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão numa clara demonstração de servir aos interesses dos empresários determinou o funcionamento de 80% da frota durante a greve, decretou o bloqueio da conta do sindicato dos rodoviários, com multa diária de R$50 mil pelo descumprimento dos 80% e apresentou uma proposta de 8,30% de reajuste salarial e no ticket-alimentação, proposta esta que foi rejeitada pela categoria que se posicionou pela continuidade da greve.
Como se não bastasse a grande mídia colocando a população contra os trabalhadores, temos visto ainda a justiça se posicionando claramente em defesa dos empresários ao querer impedir que os trabalhadores exerçam o direito de greve, que é constitucional.
Desse modo, somos solidários aos companheiros rodoviários que de maneira justa reivindicam seus direitos e conclamamos aos movimentos sociais e à população em geral que apóiem a greve.
São Luís - MA, 26 de maio de 2011.
Sindicato dos Bancários do Maranhão – SEEB - MA

quinta-feira, 26 de maio de 2011

SÃO LUÍS, 400 ANOS. COMEMORAR O QUÊ?


Estamos prestes completar 400 anos de fundação, no entanto, nada temos a comemorar, infelizmente!
No final dos anos 90, tivemos um progresso interessante na nossa Cidade, obras foram feitas, empresas estavam chegando, tínhamos visibilidade nacional e o Turismo e a Cultura se fortaleceram significantemente, mas, infelizmente, ao contrário das outras Capitais do Nordeste, regredimos ao invés de crescermos e, sem dúvida alguma, somos a última capital do Nordeste em crescimento, desenvolvimento sustentável, renda per capita e inclusão social.
Analisemos alguns pontos:
1º Nossa Biblioteca Pública Benedito Leite de mais de 200 anos está fechada há muito tempo. Obras raras e exemplares da nossa literatura e de nossa história, os que não foram subtraídos, os que não estão na prateleira de algum nobre político, mofam abandonados meio à umidade e ao esquecimento. Numa tentativa frustrada de digitalizar nossas obras centenárias, livros e almanaques preciosos que contam nossa história, a vida dos nossos ancestrais maranhenses, estes comprados como favor burocático extraviam-se em algum canto do Arquivo Público Nacional, no Rio de Janeiro.
2º Nossas praças esportivas, ou seja, o Castelão e o Costa Rodrigues, estão entregues as moscas e abandonados, este último, onde certamente pelo menos 9 em 10 ludocivenses de até 30 anos assistiu uma aclamada partida esportiva, já até foi demolido, sem previsão de reconstrução.
3º Nossas praias (todas) estão poluídas, bem como o nosso Lençol freático e quase todos os Rios que nascem na Ilha de São Luís. Não temos coleta seletiva de lixo e, reciclagem de lixo, nem se fala por estas terras. Deixando de promover assim, milhares de empregos e inclusão social.
4º O Centro Histórico está devastado e conta com uma substancial ajuda do Governo e da Prefeitura que nada fazem e mostram seu alto grau de incompetência e ineficiência diante do quadro caótico. Os turistas dizem do nosso centro histórico que as ruas só fedem a mijo/ as esquinas antigas estavam cheias de lixo e merda/ há monte de flanelinhas, pedintes e outros tipos indesejáveis/ o serviço de atendimento de bares, pousadas e restaurantes é péssimo (atendem com a cara feia, demoram demais e, quando o cliente se irrita, ainda agem como se tivessem fazendo favor) me contive nessa doída verdade...
5º A Avenida Litorânea, perdendo suas características e completamente abandonada.
6º A Lagoa da Jansen, infelizmente, foi esquecida, está à míngua, poluída, mal cuidada, sem jardinagem, insegura e feia, muito feia!
7º As ruas completamente abandonadas e completamente esburacadas. Uma é pior do que a outra e as obras que estão sendo feitas, com menos de dois meses começam a ruir, jogando pelo ralo o dinheiro do contribuinte. As recentes 'grandes obras' empreendidas pela prefeitura (estrada do Parque Vitória, Canal do Caratatiua, Av. Santos Dumont), de 'tão bem feitas' não resistiram às nossas chuvas torrenciais e em algumas partes o asfalto praticamente já não existe mais.
8º O sistema de saúde está em plena calamidade pública e sendo denunciada pelos meios de comunicação do Brasil afora chegando até as cortes da ONU. Aquilo que se chama de Socorrão aqui devia se chamar Desesperão... e Socorrinho, Desesperinho... etc. INFECÇÃO HOSPITALAR É O MÍNIMO - AS PESSOAS MORREM ÀS DEZENAS NO CORREDOR MESMO... NEM CHEGAM A SE INTERNAR. Não se sabe o que é pior, se é o teto que desaba em cima dos pacientes ou se o cano estourado que causa transtornos nas enfermarias: a água chegou aos joelhos das pessoas. Houve o caso de uma senhora que sofreu parada cardíaca em decorrência dessa aguaceira toda.
9º A Segurança Pública em frangalhos. Temos um policial para 800 habitantes. A média nacional é de um policial para 400 habitantes e a recomendação Internacional é de um policial para 250 habitantes. “se correr o bicho pega , se ficar o bicho come”. 
10º O aeroporto acabou de ruir, por pouco não tivemos uma catástrofe. Não temos mais uma entrada digna para pelo menos darmos uma boa vinda a quem nos visita trazendo emprego e renda.
11º A BR 135(principal entrada da Cidade), todos os dias sendo manchete pelas inúmeras mortes que ela causa, mas mesmo assim, os poderosos políticos do Maranhão não se manifestam e se mobilizam no intuito de resolver esse grave problema
12º O Porto do Itaqui, não tem a mínima estrutura para receber navios de Turismo e o último aportado aqui faz tanto tempo que nem me lembro.
13º As praças Públicas abandonadas bem como o Parque do Bom Menino e o Aterro do Bacanga que de nada serve a não ser para concentrar marginais. O plano diretor de São Luís deve ter sido rasgado e jogado no lixo, pois, condomínios e condomínios surgem a cada dia e as árvores vão desaparecendo. Praticamente não temos massas árbóreas em nossa cidade. A prefeitura e (mesmo a população não tem essa consciência) não se preocupa em arborizar, em embelezar a cidade com canteiros, jardins e parques. 
14º O transporte público é sem dúvida um dos piores do Brasil, não se tem ônibus que supram a necessidade da Sociedade nem em quantidade e nem em qualidade adequada. E a tarifa, uma das mais caras do Brasil... Sem falar nos terminais de Integração, o tumulto, a sujeira e o transtorno que é depender de transporte público nessa cidade. Chuva e sol, tanto faz! As paradas de ônibus não abrigam ninguém.
15º Aumenta significantemente o número de meninos/crianças nas ruas e nos sinais de trânsito e os flanelinhas, se apropriam do espaço público extorquindo os cidadãos.
16º O trânsito se complica a cada dia que passa, sem projetos de novas avenidas, viadutos, elevados, novas vias, nada, absolutamente nada é feito por parte do poder público! Se alguém que mora no Cohatrac deseja chegar no Centro às 8h00 da manhã deve sair de casa às 6h00 ou 5h30, não estamos falando de uma longa distância... mas a perda de tempo que se tem no trânsito é absurda, gasta-se em torno de 40min a 1h30min em engarrafamentos, isto porque não se tem uma malha viária eficiente.
17º Não temos esgotamento sanitário e temos centenas de esgotos estourados a céu aberto tanto na área nobre como na peliferia. Para meu espanto, me deparo com um número absurdo no qual 9 (nove) milhões de litros/hora são lançados em São Luís, sem nenhum tratamento. As estações de tratamento de esgoto, não funcionam.
18º O comercio informal toma conta da cidade inteira, sem regras e sem limites.
19º Tanto o Governo do Estado como a Prefeitura de São Luís, são pésssimos pagadores, não cumprem suas obrigações e com isso, lesam inúmeros empresários com atrasos que chegam a durar mais de um ano.
20º E para finalizar vivemos em uma cidade de custo de vida elevadissimo, sem termos o retorno dos impostos pagos e o mais grave, não temos pespectiva de melhora em nenhuma área. A especulação imobiliária é absurda e injustificável... e ainda circula a ideologia que que nosso imóveis são caros porque o Maranhão está atraindo grandes investimentos. Ninguém no bom uso da razão paga tão caro pra ter que conviver com o descaso. AQUILO QUE EM SÃO LUÍS NÃO É SUJO, NO MÍNIMO ESTÁ ENCARDIDO, GASTO, PUÍDO, DETERIORADO, REMENDADO, OBSTRUÍDO,QUEBRADO, CAÍDO, TOMADO PELO MATO ETC...
Esse é um breve panorâmico de como se encontra a nossa Cidade e me pergunto: Comemorar o quê? Nada, meus amigos absolutamente nada. E mais: O que um Turista vem fazer em São Luís diante de tantos problemas? Respondo: Ter raiva.
Vivemos o caos absoluto e o pior é que não temos uma ação eficiente digna e responsável por parte do GOVERNO DO ESTADO E DA PREFEITURA DE SÃO LUÍS, pelo contrário, só são eficazes em promover e divulgar propagandas falaciosas somente para tirarem dividendos políticos.
Temos Secretarias abarrotadas de gente e Secretários pouco comprometidos com a causa pública. Secretários e Secretarias muitas vezes, são inoperantes tanto no Estado como no Município e isso, sem dúvida prejudica muito o trabalho que deveria ser desempenhado. As secretarias são muitas vezes loteadas para políticos espertalhões que se lambuzam com a corrupção e Promiscuidade instituída nesta Cidade/Estado.
São Luís, precisa urgentemente de um choque de ordem pública, de atitude, de compromisso, de amor e, principalmente, de execução e metas a serem cumpridas. É necessário criar mecanismos dinamizadores pra fortalecermos aeconomia e a qualidade de vida na Capital do Maranhão.
Hoje, vivemos em um mundo de mentiras tanto por parte do Governo do Estado (ROSENGANA) e da Prefeitura de São Luís (CAOSTELO). E quem paga o pato é a pobre população.
 O QUE SE ESPERAR DE UMA CIDADE DE 400 ANOS? RUÍNAS? NÃO!!! Governantes, respeitem essa Senhora que está prestes a completar 400 anos! De um ludovicense, Repassem se vocês têm amor por São Luís!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Fotos de uma cidade abandonada

Meus Caros,
Resolvi sair e dar uma volta pelas redondezas de onde moro e registrar a andanca.
As imagens abaixo compreendem os bairros da Cohab Anil I e II, Planalto Anil I e II e Cohatrac`s IV, II, I e V.
Durante a sessao de fotos um motorista gritou para mim: Nao adianta! so dando um murro na cara do prefeito. No que eu respondi na mesma hora: e nos eleitores dele tambem!
As fotos poderiam ter saido do Iraque, do Afeganistao ou de Haiti, mas sao do pacifico Brasil, da ilha do amor, da jamaica brasileira, da capital da cultura e de outras baboseiras mais que inflam o ego de uma elite decadente.



rua no cohatrac

moradores sinalizam cratera no meio da rua

nao ha carro que aguente

todo cruzamento tem uma cratera

essa aqui eh no Cohatrac V

esse eh o motorista que partir pras vias de fato

eh de revoltar

Planalto Anil II


Planalto Anil I


Avenida 2, entre Cohab Anil I e II

olha ai a vergonha



trecho sujo, feio e perigoso


avenida I, trecho que foi remendado a uns dois meses, parece uma farinha

a farinha de Juao Caostelo

Adicionar legenda

mais creteras

haja suspensao

da-lhe buraqueira

avenida Joaquim Mochel


p.s: os erros de digitacao sao um funcao 
do teclado desconfigurado.