quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

TV DIGITAL NO BRASIL: A INTERATIVIDADE EXCLUDENTE


A TV digital lançada por Lula nasce sob o controle da Globo. A vantagem de um padrão brasileiro seria um custo menor do setup box, a possibilidade de adesão de toda a América do Sul ao nosso padrão, um grande interatividade e maior democratização na ocupação do espectro radioelétrico.

Mas o governo seguiu um outro caminho. Pelo menos aderiu às óbvias vantagens do software livre no midleware, apostando na utilização do Ginga, software desenvolvido pela universidade brasileira. Precisamos defender o Ginga, pois as multinacionais irão buscar usar outros softwares em seus aparelhos. A defesa do Ginga passa pelo seus uso. Passa pela produção de conteúdos nesta plataforma. Seu uso é fácil e pode ser disseminado rapidamente pelas escolas de comunicação.

O PROBLEMA DO CANAL DE RETORNO...

A TV digital aprovada pelo Lula é menos interativa do que de alta definição. É menos democrática do que protetora dos radiodifusores diante do ataque mundial das operadoras de telefonia. Uma pena que seja também uma TV que deixará de ser gratuita. Por que? Simplesmente pelo fato da interatividade da TV digital brasileira usar um canal de retorno que será pago. O download dos conteúdos será gratuito, mas o uopload será pelos canais controlados pelas operadoras de telecom. Dúvido que seja de graça. Será que o presidente irá exigir que os fluxos da TV aberta brasileira sejam gratuitos?

Os brasileiros mais pobres não utilizam a telefonia fixa, não pagam banda larga, pelo alto custo desses serviços e pela extrema pobreza da maioria de nossa população. Então, quando comprarem o setup box e souberem que terão que usar a telefonia fixa para ;parar uma cena, pedir um produto ou ver uma outra parte da novela, eles simplesmente deixarão a interatividade de lado...
Interatividade será para os incluídos sociais...
lamentável.

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