terça-feira, 27 de novembro de 2007
NEM TODA FILA ANDA por Amanda Dutra
Car@s,
Reproduzo aqui o texto da Amanda Dutra à respeito da falta de vergonha da atual gestão da Prefeitura de nossa cidade em relação à questão dos direitos estudantis. Quando da realização do que eles chamaram de 'comemoração pelo fim do passe personalizado', eu afirmei em sala de aula que aquele ato foi um espetáculo grotesco de má fé e manipulação política. A extinção de um monstrengo criado por eles proprios com o consetimento de entidades estudantis de aluguel. Um verdadeiro Franksteim estudantil.
Eis o Artigo de Amanda:
"Viva ao triplicamento das vendas do óleo de peroba, viva! É no mínimo inusitado que após anos de ameaças aos direitos dos estudantes, a Prefeitura de São Luís gaste o nosso dinheiro para se auto-bustificar. Senhoras de botox, não disfarcem o sorriso, pois juro que é exatamente o que está acontecendo. Quem circula pela cidade de São Luís deve ter notado a explosão de outdoors da prefeitura afirmando ter o “dever cumprido” em relação ao término do passe personalizado e da substituição desses pelo sistema de catraca eletrônica nos ônibus coletivos. Faz me rir.
O direito à meia passagem e à meia cultural é uma conquista histórica dos estudantes que só foi possível por conta de muita luta e mobilização onde muitos foram presos, outros torturados e alguns até mortos, durante a ditadura militar. No entanto, constantemente temos esse direito ameaçado com os ataques proferidos pelos empresários de transporte e Prefeitura de São Luís. Quem não se lembra da personalização do passe escolar em 2004 e a limitação do seu uso. Lembro-me quando meu professor falava que o nome no passe era atestado de pobreza. Estudante já é um ser rico em necessidades (principalmente financeiras) e ainda tem que agüentar piadas.
A instituição do Cartão de Transporte, emitido pelo SET em 2003, a personalização do passe são apenas alguns dos projetos aprovados na calada da noite e que contaram com o apoio de “entidades estudantis” que negociam os direitos dos estudantes em benefício próprio, como é o caso da UMES, MEI, UBES, FESMA. Mensalinho estudantil sim senhor e o Ministério Público tem provas que embasam dezenas de processos contra essas (indi) gestões de entidades juvenis. Não vou me aprofundar, pois sei que você irá procurar (e achar facilmente) dados que comprovam a não-credibilidade dessas entidades que legitimam esses projetos que não beneficiam os estudantes. É complicado!
Hoje, vivemos o drama da enorme demora para o recebimento das carteiras estudantis, além da falta de informações corretas, fazendo com que os estudantes em romaria percorram vários lugares (Rua do Sol, Terminais da Cohama, Praia Grande, etc.) sem obter uma resposta de onde se encontra a carteira. Em média, tais carteiras têm demorado no mínimo 3 meses para serem entregues sendo que eles insistem em dizer que “são 15 dias úteis”. Nem todos os feriados do Brasil (que não são poucos) justificam essa falta de eficiência e de descaso.
Essa situação é agravada com a implementação do Sistema de Bilhetagem Eletrônica em São Luís, onde são grandes os problemas. Vejamos os principais: quem vai receber seus cartões de meia passagem têm que entregar suas carteiras da UFMA, o que faz com que o estudante tenha que optar entre um direito e outro: ou meia passagem nos ônibus, ou meia em cinemas, shows, etc. Vale lembrar, que ao expedir cartões de meia passagem, a SEMTUR quebra o convênio firmado em 2004 com a Universidade Federal do Maranhão, uma vez que este tem por objetivo unificar o sistema de controle operacional, ou seja, a carteira da UFMA serve tanto como documento de identificação estudantil que dá direito à meia cultural, como cartão de meia passagem.
Não podemos esquecer o fato de que os estudante ao ter seu cartão roubado ou mesmo perdê-lo terá que pagar a passagem inteira até receber o novo cartão (o que não dura menos de 10 semanas), pois com a extinção do passe escolar, segundo a SEMTUR, não há possibilidade alguma de solução para estes casos, nem mesmo apresentando o Boletim de Ocorrência, identidade e comprovante de matrícula, será possível garantir o direito à meia passagem.Sem dúvida alguma, isso é uma grande arbitrariedade, pois o direito é à meia passagem e não a um cartão da SEMTUR e desde que a pessoa comprove que é estudante, o seu direito deve ser assegurado. Temos o exemplo de outras capitais, como Belém, por exemplo, onde os estudantes ao terem algum problema com as carteiras pagam meia em dinheiro ao cobrador, apresentando a identificação estudantil.
Não acabou, não. A fila anda, claro que tirando as dos ônibus lotados. É impressionante como conseguiram transformar o Sistema de Catraca Eletrônica (que é um avanço) em algo ineficiente. Eufemisticamente, a centralização desses postos acaba colocando os estudantes numa situação de difícil acesso aos “benefícios” do novo sistema. Para comprar crédito eu tenho mesmo que pagar duas passagens inteiras até a central na Cohama? Cadê o “dever cumprido” na hora de aumentar os postos de venda com guichês suficientes nas principais escolas e universidades de São Luís?
As irregularidades são grandes, os out-doors que tentam mascará-las também são grandes, as filas do transporte publico de sardinhas são grandes também, mas só tem algo que é maior, é a felicidade dos vendedores de óleo de peroba."
Amanda Dutra - Jovens Vigilantes
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